Comer carne, beber vinho e viver tango
novembro 1, 2009

Meia garrafa de Fabre Montmayou no Cabaña Las Lilas: bom vinho, mas serviço lento
Se for a Buenos Aires, você tem de comer carne – a não ser que seja vegetariano, o que deve ser considerado um crime pelos portenhos – beber vinho e viver tango.
Basta sentir o aroma de churrasco, que paira pela cidade na hora do almoço, para ser conduzido a uma das ótimas opções de ‘parrilla’ da cidade.

Couvert no estilo Rubayat do Cabaña Las Lilas
Aqui vão duas dicas sem erro: o Cabaña las Lilas, mais pomposo e de excelente qualidade, e o El Desnivel, mais simples, não menos saboroso, e muito barato.
Se o Rubayat está fora do seu orçamento, em Buenos Aires, onde o real vale o dobro do peso, você pode se dar ao luxo de almoçar em um restaurante do mesmo grupo, em frente ao Rio da Prata, em Puerto Madero.

Pães, bisquis e costratas para acompanhar os acepipes do Cabaña. Só erraram no pão de queijo (duro e frio)
Vale pedir o couvert, composto de um prato com tortilla ao centro, pimentões ao alho e azeite, caponata, tomates assados, mussarela de búfala, presunto cru e rúcula fresca para petiscar com os pães e crostatas. O pão de queijo foi reprovado (estava frio e duro).
Aproveite bem o couvert e peça um vinho da imensa carta do local. Optei por meia garrafa do Fabre Montmayou Malbec Mendoza, bem frutado e leve para acompanhar a carne em um dia quente. O único problema foi a demora no serviço. A garrafa chegou rapidamente, mas esperamos um bom tempo até que alguém nos servisse e a bebida ficou quente.

Corte de costela de boi ou 'filé de brontossauro'. Conselho: divida a carne
E aqui vai o conselho mais importante que posso lhe dar sobre restaurantes em Buenos Aires: divida a carne, peça uma salada ou batatas de acompanhamento e você será feliz. Parta do princípio que os portenhos têm um espírito de grandeza. Suas avenidas são largas, os edifícios públicos grandiosos e as porções, igualmente.
Aprendemos a lição depois de pedirmos um prato de carne para cada um e sairmos rolando de lá. A tira de costela (90 pesos) mais parecia um filé de ‘brontossauro’ na frente do Dexter (ao ver o prato, o casal de norte-americanos ao lado também pediu… para dividir). O sabor estava bom, mas gostei mais do meu o bife de tira (80 pesos). Muito semelhante à picanha, a carne estava extremamente macia, saborosa e ‘ao ponto’ certo – uma das melhores que já comi. No fim das contas, pagamos 300 pesos pelo almoço, além dos 10% pelo serviço.

Desnivel, bom e barato em San Telmo (não aceita cartão)
Uma dica importante sobre restaurantes em Buenos Aires é que muitos não aceitam ‘tarjeta’, só ‘efectivo’. Então ande com pesos, além do cartão, para garantir sua refeição. Este foi o caso do Desnivel, que valeu todos os pesos contados que tínhamos na carteira.
Localizado no bairro de San Telmo, o Desnivel é um restaurante simples, com atendimento muito simpático (o Claudio, nosso garçom manjava muito de futebol) e uma comida deliciosa. Excelente dica da Fabi Monte, que recomendo a todos.

Boa provoleta e linguiça no ponto de entrada com pão 'tipo' francês e requeijão
Chegamos meio cedo, por volta de 20h30, para jantar antes de um show de tango, a dois quarteirões dali e uma roda de samba (é isso mesmo) animava o fim da feira de San Telmo, que rola todos os finais de semana.
Logo na entrada você encontra a imensa parrilla, uma vitrine de carnes e muitas rodelas de provolone prontos para entrarem da brasa, além de vários garçons bailando pelo ambiente simples e acolhedor para atender os clientes.

Carnes na parrilla e rodelas de provolone prontas virarem provoletas
Além do couvert de pão francês com requeijão (no lugar da manteiga) pedimos linguiça e provoleta. A linguiça estava ótima ao molho chimichurri, perfeito para carnes, e a provoleta estava boa (o queijo podia ser um pouco mais derretido, mas valeu).

Tira de costela do Desnivel: mais gordurosa e saborosa em relação à do Cabanã
O principal foi tira de costela, porque o Dexter decidiu fazer um comparativo. Interessante observar que o corte era diferente e a carne estava bem mais para costela (gordurosa e saborosa) do que a do Cabaña. Valeu a pena.

Garçons bailando no atendimento aos clientes locais e alguns turistas no Desnivel
Para acompanhar pedimos meia garrafa de Norton malbec, que estaria um pouco melhor na temperatura certa, e nos divertimos falando de futebol com o garçom. O simpático Claudio, que torce pelo Independiente, finalmente deu uma boa resposta à pergunta que o Dexter não se cansou de fazer aos portenhos. Para Claudio, o Riquelme não vai sair do Boca e ir para o Corinthians.

Depois do Desnivel, show de tango no El Viejo Almacen, em San Telmo
A conta do Desnível saiu apenas 67 pesos, uma excelente relação custo benefício para nossa balada tanguera independente. No lugar de comprarmos o pacote com transporte, jantar e show, optamos apenas pelo ingresso do show (87 reais por pessoa) em um quiosque no shopping Galerias Pacífico (Calle/Rua Florida) e jantamos no Desnível, a dois quarteirões do El Viejo Almacen, que oferece um ótimo espetáculo, incluindo duas taças de bom vinho e água.

La Viruta: aula de tango e balada por 8 reais a entrada
Acabei me rendendo ao show depois de ter aprendido os sete passos básicos do tango no La Viruta, uma milonga no bairro de Palermo Hollywood, que vale conhecer. Por uma entrada de 16 pesos (8 reais) você pode fazer uma aula grátis de tango, praticar no baile e ainda arriscar um twist, que o DJ também rola. Mesmo assim, ainda sentimos falta de ver os profissionais dançando no palco e fomos ao show, que também valeu todos os pesos.
E por que a carne argentina é mais macia do que a brasileira? Como explicou o dono do Pobre Juan à Cecília, os bois de lá pastam em uma área plana e fazem menos esforço do que os nossos, o que mantém a carne macia. Resumindo: eles ‘pastam’ menos do que os brasileiros.
novembro 3, 2009 at 3:00 pm
Oi Dani!!
que delícia de post!! Buenos Aires é ótima para baladas gastronômicas, fui com amigos e fizemos um belo tour pelos principais restaurantes de Puerto Madero.
Vc foi ao Faena? A comida náo é tão especial, mas o local é bem bacana.
Conte mais, conte mais…
beijo!!
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novembro 7, 2009 at 5:17 pm
Cris, tudo bem? Que delícia é Buenos Aires, não? E tem tanto lugares bacanas… fiquei apaixonada e já quero voltar! Vou anotar a dica do faena para a próxima. Acabei de subir mais um post com as surpresas de Almagro, bairro onde fiquei hospedada. Besos!
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novembro 3, 2009 at 6:52 pm
Adorei o post, estava ansiosa pra saber sua impressão da cidade.
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novembro 7, 2009 at 5:21 pm
Clau, tudo bem contigo? Nossa… fiquei apaixonada pela cidade. Ela é pequena, mas tem um espírito de grandeza que é cativante. Mais uma vez obrigadão pelas dicas. Agora fechei com mais um post sobre Almagro, onde fiquei hospedada. Que delícia… quero voltar! Beijos!
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novembro 3, 2009 at 8:09 pm
Dani, que delícia de post, suculento e informativo
🙂 Eu também estava louca para saber as novidades da sua viagem. Poste mais!! Um beijo,
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novembro 7, 2009 at 5:24 pm
Lu, tudo bem? Você tem razão… Buenos Aires não cabe em um post só (rs) e nem em uma única visita. Já quero voltar!
Acabei de subir um post de Almagro, onde descobri lugares bem bacanas. Veja lá quando puder. Beijos!
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novembro 27, 2009 at 7:46 pm
bsas e pequenho?
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novembro 28, 2009 at 12:20 pm
Hi Nicolas. Thanks for the visit. Buenos Aires is smaller than Rio or São Paulo, but has a lot of great places to eat, have a drink and take long walks. Cheers, Dani Braun
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