Abaixo a mistura!
junho 17, 2009
Se existe uma palavra mais indigesta para se referir a uma comida é ‘mistura’. A segunda pior é “janta”. Meus amigos sabem que eu detesto essas palavras e adoram brincar de “irritando Daniela Braun”. Eu fico brava e eles se divertem.
Esta semana recebi a foto acima, enviada pela querida Rê Mesquita. Prefiro não saber o que está em promoção do “Dia da Mistura” neste supermercado paulistano, mas em três anos de blog, falando de comidas gostosas, almoços, jantares (não ‘jantas’) e botecos, tenho de me manifestar.
Não sou fresca para comida (só não gosto de dobradinha e jiló), mas chamar o que não é acompanhamento de ‘mistura’ é degradar a comida. É dizer que comeu arroz e feijão com uma gororoba qualquer, uma mistureba.
Se alguém me pergunta “O que tem de mistura pra janta?” eu largo o fogão, entrego os cardápios do delivery e a pessoa vai jantar a mistura que deseja.
Com a palavra ‘bife’ já me acostumei. Também não gostava muito, mas é um corte de carne (nem todo filé é bife e vice-versa) então tudo bem. Eu faço um bom bife de contrafilé e fico feliz com ele – não na ‘janta’, mas no jantar, por favor.
Agora, a visão do apocalipse, para mim, é aquela marmita no trabalho com tudo bem juntinho (o arroz, o feijão e a carne). Aí a pessoa esquenta aquele grude, sem individualidade, e come tudo junto sem perceber o sabor. Isso é mistura… e que fique longe de mim.
Cada comida tem seu lugar. Um baião de dois (do Bar Biu, que é uma delícia), é tradicionalmente um mexidão e eu adoro. Aliás, também levo comida ao trabalho, às vezes, mas em uma marmita com divisória. Elas são baratinhas e resolvem o problema. Por favor, respeite sua comida. Abaixo a mistura!

Carne de panela da Braun, com abobrinha refogada e arroz
Aprendi a fazer uma carne de panela ótima, com acem, cebola, tomates picadinhos e caldo de picanha na pressão. Popularmente, esta carne seria chamada de ‘mistura’, mas quem falar isso em casa fica sem acem!
Tempere meio quilo de acem em cubos (pode ser braço também) em um recipiente com vinagre, uma colher de chá de alho picado, e um tablete de caldo de picanha moído. Deixe marinar por uns 20 minutos enquanto corta meia cebola e dois tomates.
Frite a cebola picada no óleo, coloque a carne e refogue. Adicione os tomates e frite bem a carne até que ela fique corada. Jogue um litro de água fervente, tampe e deixe 25 minutos na pressão. Retire, deixe reduzir o caldo até a consistência que deseja e sirva com arroz e abobrinha refogada. Delícia!
junho 17, 2009 at 9:26 pm
Olha, dona Danielle,não concordo com a senhora não.
Aqui no serviço todo mundo traz mistura na marmita do almoço. Quem pega as 3 e larga as 9, traz pra janta. Nem que seja um ovo frito! Eu sempre aproveito a promoção desse mercado aí. Minha menina do meio também.
Se não é mistura é o que então? Acompanhamento? Isso é coisa de gente rica, que escreve nos bloco…
CurtirCurtir
junho 20, 2009 at 8:38 pm
Aaaah dona Cecília… compra uma marmita nova na promoção do ‘dia da mistura’ do mercado. (Detesto a mistura, mas adorei seu comentário amigue). Bjs!
CurtirCurtir
junho 19, 2009 at 12:43 pm
Também odeio mistura e janta. E falar “lanche” no lugar de “sanduíche”.
Desculpa qualquer coisa e tudo de bom pra você. Fica com Deus. A casa é pobre, mas é limpinha.
CurtirCurtir
junho 20, 2009 at 8:40 pm
Luciana, tudo bem? Obrigada pela visita e por colaborar com o vocabulário de palavras indigestas. É isso aí! Abraço, Dani Braun
CurtirCurtir
junho 20, 2009 at 1:07 am
nossa, eu tb quero morrer qd escuto terceiros falando: “tenho que fazer a janta ou o que vai ter de janta”. nossa, é indigesto demais! e se for “vou janta mortandela”, jesus! rs.
CurtirCurtir
junho 20, 2009 at 8:41 pm
Aeee Fran! Eu sabia que outras pessoas concordavam comigo. Recebi apoio pessoalmente na redação – embora a maioria continue me irritando com o vocabulário indigesto.
E os cookies que você me deu são uma delícia! Adorei o presente! Beijocas
CurtirCurtir
junho 30, 2009 at 11:07 pm
Testei a receita da carne de panela do Braun Café, ficou ótima! Mas já avisou que fiz de mistura e pra janta!
publiquei mais receitas assim, dona Braun
beijoca para o melhor blog, sem frescura, de comidinhas que eu conheço
CurtirCurtir
julho 5, 2009 at 4:01 pm
Gie! Fiquei tão orgulhosa de saber que você testou e deu certo… Logo mais vou dar uma receita de bolo de chocolate muito fácil e sem batedeira. Uma beleza! Beijocas!
CurtirCurtir
julho 2, 2009 at 9:51 pm
e jiló é uma delícia!
aliás, cairia muito bem um jilozinho refogado junto com esse arroz e com a carne de panela.
CurtirCurtir
julho 5, 2009 at 4:14 pm
Vitor, tudo bem? Jiló refogado? Uau! Pelo visto você não tem restrição nenhuma com comida. Qual é a receita? Quem sabe você não ajuda as pessoas a comerem jiló :-). Abraços e obrigada pela visita!
CurtirCurtir
julho 10, 2009 at 8:43 pm
Mistura eu aprendi há pouco tempo, com minha esposa. Mas sempre falei “janta” – coisa de paulistano. E ela odeia!
CurtirCurtir
julho 11, 2009 at 2:13 pm
Hahaha! Pois é Adriano… não vai chamar a comida da sua esposa de janta hein?
CurtirCurtir
agosto 27, 2009 at 7:20 pm
Pobre (em geral, de espírito) é uma desgraça. Certa vez fiz a besteira de perguntar, num “PF” por aí, do que era a “carne”. Me responderam “de boi”…isso é o máximo que conseguem refinar na vida.
CurtirCurtir
agosto 28, 2009 at 4:27 pm
Que dureza hein Tiago?! Rs… Sensacional esse comentário. Obrigada pela visita. Abraços, Dani Braun
CurtirCurtir
dezembro 8, 2009 at 1:50 pm
Prezada Dani, depois de ouvir atentamente seus abalizados e ultradivertidos argumentos, passei a, eu também, execrar “janta”, “mistura” e, sobretudo, “bife”. Mil beijos do seu fã — c.a.t.
CurtirCurtir
setembro 27, 2010 at 11:27 pm
Como tao pessoal?!apreciei muito o vosso fórum!
vao tambémna minha pagina em http://www.pokerafterdark.pokersemdeposito.com/
, sobre site de poker gratis!
Ate a vista
CurtirCurtir
janeiro 17, 2012 at 11:02 pm
Eu odeio a palavra “mistura”, mas toda a vez que reclamo sempre tem alguem que pergunta, então tem que falar o que no lugar de mistura???…
Tento explicar de um lado, não dá certo, tento por outro também não…
Então Dani, por favor, como se referir a bendita “mistura” rsrsrs????
CurtirCurtir
janeiro 22, 2012 at 4:02 pm
Tudo bom Mariana? Ótima questão (rs). Geralmente, a ‘mistura’ se refere ao ‘prato principal’ (carne, frango, peixe etc.). O restante é o acompanhamento. Então costumo falar ‘o que temos pra hoje de prato principal?’ Fica bem mais agradável :-). Bjs e obrigada pela visita!
CurtirCurtir
setembro 26, 2013 at 2:53 pm
Acompanhamento, guarnição …
CurtirCurtir
setembro 3, 2016 at 4:09 am
Guarnição… Fazia tempo que eu não via essa palavra sendo usada para se referir a uma comida.
CurtirCurtir
setembro 21, 2013 at 2:00 pm
Caros, sou revisora de textos, e como boa amante da língua portuguesa também detesto a palavra “mistura”. Porém, dando uma olhada em alguns comentários, devo informar que usar a palavra “janta” no lugar de “jantar” e “lanche” no lugar de “sanduíche” só é feio ou vulgar, mas não é errado. Olhem nos dicionários. Lanche, por exemplo, pode se referir a qualquer refeição ligeira. Já “mistura”, não tem o significado de prato principal em lugar nenhum, rsrsrsrrs.
CurtirCurtir
setembro 26, 2013 at 2:55 pm
perfeito, o certo na verdade é falar JANTA e não jantar. Mistura é muito feio. Mas jantar é inadequado.
CurtirCurtir
novembro 13, 2014 at 11:52 am
Eu também nunca gostei da palavra “mistura”, soa estranho. Com “janta” eu vivo brincando com meus amigos quando faço comentários “de pobre” a la Caco Antibes.
Dito isso, faça uma reflexão e observe que o incomodo que você sente ao ouvir essas palavras é tanto maior quanto maior for o seu orgulho. Eu fico putíssimo quando escuto “Band Eid” em vez de “Band Aid” ou principalmente quando as pessoas insistem em inserir um “É” que não existe Mc Donalds (MÉc Donalds).
Todo esse incomodo surge do orgulho. Quando mais humilde você for, menos se incomodará com essas questões. Não tem nada a ver com degradação da comida, isso é apenas a racionalização que você inventou como máscara para justificar o incomodo.
Um abraço! 🙂
CurtirCurtir
dezembro 24, 2014 at 2:28 am
Johnny, segundo a pronúncia do google tradutor, Band-Aid e Mcdonalds podem ser, permitindo-se uma fala abrasileirada, ser lidos como “bandeid” e “mecdonaldis”.
Daniela Braun, concordo com você sobre a utilização das palavras “mistura” e “janta”. Também acho feio. Penso que a utilização de algumas palavras estão atreladas à cultura linguística de determinadas classes sociais.
Inspirando-me no comentário da Luciana:
“Mulher, sua janta estava ótima. Que mistura gostosa! Depois me passa a receita, sua danada. Vou fazer pros meninos no natal porque achei muito chic, viu!? Agora tenho que ir, menina. Desculpa qualquer coisa e tudo de bom pra você. Fica com Deus. [já saindo e depois de se despedir oficialmete – em voz alta] Vai lá em casa qualquer dia desses. Lá a casa é de pobre, mas é limpinha. Beijos amiga.”
Interessante é que uma boa parte da classe média, mesmo a classe média alta, faz uso de alguns desses traços linguísticos. Janta e mistura são bons exemplos.
CurtirCurtir
maio 6, 2015 at 10:58 pm
Nossa….Fi-nal-men-te encontrei alguém que sente a mesma coisa que eu quando falam “mistura”. Gente do céu.
A primeira vez que ouvi isso foi há 3 anos atrás. Eu fiquei pensando “o que será mistura?” , então resolvi pesquisar. Aqui em Brasília, não se escuta esse termo, ouvi quando fui em Goiânia de uma pessoa que morava em sp.
Ufa!
CurtirCurtir
setembro 3, 2016 at 4:29 am
Eu até tenho o costume de misturar o arroz e o feijão, e às vezes milho, mas só quando já estão no prato, e acho estranho quando vejo qualquer menção a carnes em geral (não apenas a bovina) como “mistura”. Talvez a única exceção em que me parece aceitável se referir desse jeito a uma carne seja o caso daqueles peixes de baixo valor comercial vendidos simplesmente como “mistura”.
CurtirCurtir
dezembro 26, 2016 at 12:49 pm
Concordo plenamente com a Daniela Braun
O termo mistura é deprimente. Serve pra acabar com meu apetite. Mistura pra mim é um amontoado de coisas pra encher o estômago de quem tá passando fome
Repito o termo mistura é DEPRIMENTE.
CurtirCurtir
maio 6, 2021 at 11:31 pm
Concordo que tem de parar de falar mistura, mas porque a palavra em si só tem esse repúdio de remeter a coisa pobre e malfeita por ter nascido nas senzalas, onde mistura era um punhadinho de nada de carne pra misturar no arroz e feijão (e bem malfeita, afinal que colono se importava em ter boa vontade com escravo?). Já vimos também que todo mundo que repudia essa palavra também nunca precisou usar ela. Porque pra gente com dinheiro essa palavra remete a algo que elas discriminam nunca mais: pobreza.
Abaixo a mistura, estudem etimologia!
CurtirCurtir
maio 7, 2021 at 8:51 am
Obrigada pelo comentário Perbena. O Braun Café tem um tom de humor então não há intenção de ofensa ou preconceito. Concordo contigo que o importante é que as pessoas tenham comida na mesa. E isso tem sido ainda mais difícil nesse momento tão crítico da pandemia. Agradeço por compartilhar sua visão por aqui. Abraço!
CurtirCurtir
março 22, 2022 at 5:56 am
Tal e qual disse o filósofo francês PEGÔ NO MHEU,EU COMO O QUE QUISER sem essa disso ou daquilo. O barato é o bucho cheio.
CurtirCurtir
maio 14, 2022 at 1:53 pm
Mas é muito filhinha de papai mesmo… fresca! “Mistura” é uma palavra milenar que remonta aos tempos de escravidão. Nem vou dizer o motivo, fica como lição de casa, pra ver se você aprende alguma coisa sobre o MUNDO, ao invés de ficar confinada com o que papaezinho e mamãezinha ensinaram. Aposto que tem algum transtorno psiquiátrico (ansiedade, depressão, ou o que quer que seja), a julgar pale maneira espetacular que você se incomoda com o que outros fazem ou deixam de fazer com sua comida. Um bom profissional tenta ajudar, ao invé de fazer birra num post igual a uma criança de 6 anos. Cresce, pelo amor de Deus!!
CurtirCurtir