Boteco Tour
outubro 12, 2009

Caravana de botecos começando pelo Baião no Varal, do Botica do Quintana
No último sábado (10/10), a organização do Boteco Bohemia reuniu uma turma de blogueiros bons de garfo, de copo e de papo para fazer um tour por quatro botecos que participam do concurso este ano. Foram sete horas de botecagem provando petiscos harmonizados com Bohemias nos bairros do Brooklin, Ipiranga, Limão e Vila Madalena. Veja aqui as impressões da Caravana de Botecos.

Harmonização começou com Weiss e depois veio a Bohemia Escura, que vai bem com o carpaccio do petisco
A primeira parada foi o Botica do Quintana, que concorre com o “Cone de Baião no Varal”. Praticamente um baião de dois desconstruído, este petisco-instalação é composto de um balde de garrafas de cerveja com um varal de alumínio onde são pendurados cones de macaxeira – cozida, misturada com queijo coalho e assada – recheados com um leve baião de dois (arroz, feijão fradinho, linguiça e queijo), pedacinhos de carne de sol e uma torradinha pendurados com pequeninos pregadores, além de carpaccio de carne no pão preto e couve crisp.

Carpaccio no pão preto com couve crisp roubou a cena
O carpaccio com couve crisp roubou a cena e caiu muito bem com a Bohemia Escura indicada para o petisco, embora os trabalhos tenham sido iniciados com uma Weiss. Gostei do baião de dois, mas acho que o conceito foi mais incrível do que o sabor. Como o pessoal comentou, o cone era muito firme e atrapalhou um pouco a degustação. Mesmo assim, o chef Zé Maria mereceu palmas pela criatividade e pela simpatia ao explicar o conceito do petisco.

Massa assada de macaxeira com queijo coalho e recheio de baião de dois. Bom, mas prefiro o baião sem cone mesmo.
A receita leva coentro e eu, que não sou chegada, nem percebi. O truque, segundo Zé Maria, é colocar um pouco de coentro fresco para finalizar. Segundo ele, quanto mais cozinha, mais ele ‘se solta’ na comida. Se você não gosta muito “da salsinha do Nordeste”, como comparou o chef, agora já sabe o segredo.

Bar dos mesmos donos do Veríssimo faz referência às boticas da época de Mário Quintana
O atendimento do Botica, ainda em reforma, foi ótimo. Há cerca de três meses, o bar vem se transformando para homenagear as boticas da época de Mario Quintana e Carlos Drummond de Andrade explicou Henrique Moreira, assistente de marketing. Conhecido anteriormente como Santa Clara, o boteco pertence aos mesmos donos do vizinho Veríssimo, que também concorre com outra ‘instalação’.

Kamaleon: pagode do "Leva Eu" e futebol no Ipiranga
Saindo do Botica, a Caravana de Botecos partiu para o ‘pagode’ do Bar Kamaleon. Pouco antes de chegarmos, na Avenida do Cursino com a Bosque da Saúde, avistamos o Bar do Luiz Nozoie, clássico boteco, daqueles que não têm placa, aberto em 1962 por um chefe de família japonês, que adora pescar.
O Nozoie foi apontado pelo Mingo, produtor de botecos gente fina, que agitou nossa Caravana e é fã de Guinness – já tomou 21 pints em um St. Patrick´s Day. Mingo e os amigos chamam o bar de ‘barbantinho’ por conta do barbante que é usado para pescar a cerveja estupidamente gelada de uma máquina de sorvetes.

Petiscos servidos com realeza em urna, com direito a sino tocando
Ao som de pagode da banda “Leva Eu”, que não é minha praia, entramos no Kamaleon para provar um petisco que parecia bem ‘heavy metal’ – bolinho de carne recheado de camarão empanado em farinha crocante japonesa (tipo Soft Panko), acompanhando sardela e molhinho de pimenta amarela.

Kamarão na toca: bolinho de carne com camarão e molhyo de sardela. Ponto para a pimentinha amarela
Na prática, não era tão metal assim e me agradou bastante. O croquete de carne dominou o camarão, mas dava para sentir a mistura inusitada e saborosa no final. E depois de provar o molhinho de pimenta (vendido pronto no Mercadão), deixamos de lado a sardela.

Cerveja frutada para quebrar o petisco 'metal', espantar o frio e o pagode
O petisco foi harmonizado com a Confraria, que é mais adocicada, para quebrar o sal, explicou Henri, o dono do bar. Segundo ele, a ideia era juntar diferentes tipos de carne em um só petisco.

Toma mais uma Weiss, no Limão, para esperar o Bicho Bão
Depois do pagode, em um frio fora de estação, seguimos ao “toma mais um Limão” para o Bar do Plínio, um boteco de bairro, sossegado, especializado em peixes.

Guioza invocado: recheio de salmão e camarão ficou ótimo com molho agridoce de damasco, laranja e pimenta rosa
Desta vez rolou mais uma rodada de Weiss para harmonizar com o Bicho Bão: guiozas fritos de salmão e camarão combinados com palmito e cream cheese, servidos com molhos de maionese verde (com salsinha e limão) e agridoce (damasco, mostarda com ervas, laranja e pimenta rosa). O petisco estava muito bom, especialmente com o molhinho agridoce, mas meu mundo caiu quando provei o bolinho de bacalhau.

Bolinho de bacalhau, fora do script, surpreendeu. Quero voltar ao Plínio para provar o bolinho de arraia
Graças aos botequeiros Leandro e Biso, que são alérgicos a camarão (vida dura), o pessoal pediu os macios e cremosos bolinhos de bacalhau do Plínio. Agora preciso voltar para repetir essa maravilha e o provar o bolinho de arraia, outra especialidade da casa. Toma mais um Limão…

Maravilha de Queijo com Tomate Seco do Baró, aberto recentemente na Vila Madalena
Finalmente chegamos à última parada, o Baró, na Vila Madalena, filial do bar da Freguesia do Ó, que concorreu ao Boteco Bohemia 2008 com o camarão creme (bolinho de camarão empanado com molho de catupiry), que também provamos e é uma boa pedida (R$ 22).

Camarão Creme: concorrente do Baró da Freguesia no Boteco Bohemia 2008
Encerramos o tour com a Maravilha de Queijo com Tomate Seco, uma porção simples e muito gostosa de bolinhas de queijo e tomate seco envoltas em aletria. A porção de ‘boteco de mãe’ caiu muito bem com a pielsen, sem alergia, só alegria, fechando a noite.
Atenção botequeiro discreto: Cada porção concorrente do Boteco Bohemia é servida em uma urna, como um ‘petisco de excelência’ e sempre acompanhada de uma pessoa tocando um sino – imagine a felicidade do garçom ao fim de 31 dias. Como bem disse a Júlia, se não quer ser visto, cuidado com o petisco que deseja.

Os guerreiros da Caravana: sete horas de botecagem
O tour valeu a pena para conhecer novos botecos (já estou com saudade do bolinho do Plínio), rever pessoas queridas e conhecer uma turma ótima. Obrigada pela companhia e pelas deliciosas dicas de Cecília Araújo, minha correspondente internacional, Gui Jotapê e Biso (Botecagem), Júlia (Boa de Garfo), Lara (Sem Medida), Leandro (cozinha pequena) e Tatu (Mixirica). Já vamos agitar a Festa da Saideira nos dias 7 e 8/11.
Veja todas as fotos da Caravana de Botecos e monte seu tour com o Guia dos botequeiros.
Botica do Quintana – Cone de Baião no Varal (Cone de macaxeira com recheio de Baião-de-Dois, incluindo carpaccio de carne seca com couve mineira crisp e sal grosso). Preço: R$ 18,30. Endereço: Rua André Ampere, 215 – Brooklin – Tel.: 5507-4125. Horário: 2ª a sábado das 12h à 1h.
Bar Kamaleon – Kamarão na Toka (Empanado de Camarão, escondido em um mini croquete crocante de carne, regado ao molho sardela kamaleon). Preço: R$ 21,90. Endereço: Avenida do Cursino, 105 – Ipiranga – Tel.: 5061-6822
Horário:. 3ª e 4ª das 17h30 às 23h30, 5ª e 6ª das 17h30 à 1h, sábados das 15h à 1h, domingos das 16h às 23h30.
Bar do Plínio – Bicho Bão (Salmão e camarão combinados com palmito e cream cheese, bem temperados e montados na massa de guioza. É servido com molho verde, agridoce e pimenta rosa). Preço: R$ 25. Endereço: Rua Bernardino Fanganiello, 458 – Limão – Tel.: 3857-0999. Horário: 2ª a 6ª das 15h à 1h, sábados, domingos e feriados das 11h à 1h.
Baró Vila Madalena – Maravilha de queijo com tomate seco (Bolinhas de queijo recheadas com tomate seco envolto a aletria). Preço: R$ 15 (12 unidades). Endereço: Rua Mourato Coelho, 861 – Vila Madalena – Tel.: 3034-4118
Horário: 2ª a 6ª até o ultimo cliente, sábado das 16 horas até o ultimo cliente, domingo a partir das 13h.
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