Delícias do interior
outubro 26, 2008
A cozinha do interior de São Paulo pode estar longe do requinte da capital, mas tem vantagens como produtos frescos vindos diretamente do quintal ou da horta do vizinho, aves criadas livremente, refrescos específicos para aplacar o calor, frutas direto do pé e lanches feitos com carinho e pão caseiro.
Na semana passada estive alguns dias no município de Magda visitando meus sogros. A pequena e tranquila cidade de 4 mil habitantes fica no Noroeste do Estado, duas horas depois de São José do Rio Preto, foi fundada em 1953 por conta do plantio de café e hoje seus moradores querem mesmo é sossego.
O programa noturno da cidade é uma caminhada na praça para se refrescar do calor de quase 40 graus que costuma fazer na região. Depois do rolê, o negócio é tomar uma cerveja com os amigos e/ou comer um lanche nos trailers. Nos finais de semana, a pedida é o churrasco no jardim. Nada melhor para se desconectar, de fato, nas férias.
Após sete horas e meia de viagem de ônibus, Aurora, Lola para os íntimos, me recebeu com um cafezinho passado na hora, em sua linda casa com uma cozinha gigantesca (meu sonho de consumo), e já me perguntou do cardápio. No almoço teríamos frango caipira, criado numa boa, sem pressa e sem hormônios. Os pedaços refogados e cozidos na pressão estavam tenros e muito bem temperados. Para acompanhar, saladinha verde, purê de batatas, arroz e feijão. Ah… que delícia.
Lola ainda comprou quitutes para alegrar nossa estada. Já vou procurar aqui em São Paulo o maravilhoso sorvete de coco com abóbora da marca Jundiá, de Itupeva (SP). Recomendo a sobremesa para alegrar as visitas, sem ter trabalho. Outra delícia foi pãozinho austríaco enrolado e salpicado com açúcar cristal, que Lola comprou para o filho, Fábio, na loja de doces Tia Ana, que vale uma visita para compras.
No quintal da casa, cheio de árvores frutíferas plantadas pelo Seu Clóvis, pai do Fábio e jardineiro de primeira, o destaque é o pé de manga espada. Como as mangas estavam verdes, meu sogro foi buscar para mim a variedade ‘coquinho’ (uma manga menor e amarelinha). O guaraná Cotuba – uma espécie de tubaína – também não pode passar batido. Sabor de infância.
No dia seguinte, o pernil de panela também foi uma deliciosa surpresa. Em vez de ir para o forno, a carne bem saborosa e macia (em um pedaço pequeno desossado) é frita lentamente na panela, regada aos poucos com o molho do tempero e um pouco de água. Sensacional.
Outra idéia ótima da Lola foi o arroz branco finalizado com um pouco de manteiga, palmito picadinho e queijo. Também parece arroz de forno, só que é feito na panela. É prático e fica uma delícia.
Na noite de sábado Fábio e eu fomos fazer o programa tradicional de Magda: tomar um lanche na praça, no trailer “Big Lanches”. Comandado há 16 anos pelo carinhoso Antônio, que tem como braço direito seu filho Joel, gente finíssima, o trailer oferece sandubas variados, feitos com carnes de primeira e um pão de hambúrguer caseiro dos deuses.
Minha escolha foi o X-Peitinho com filé de frango cortado na chapa, alface, tomate, mussarela e maionese. Adorei o nome do sanduba e a idéia de cortar o filé – bem mais fácil saborear o lanche. O “Misto com Carne” do Fábio (filé, queijo, presunto e salada) e também estaba delicioso. Antônio contou que encomenda o pão na padaria da esquina e é rigoroso. “O pão tem de ser grande (…) e a carne é filé mignon mesmo!”
outubro 26, 2008 at 3:03 pm
Interiourrrrrr é tudo de bom. A Natacha é de Tanabi, pertinho de Rio Preto. A gente já trouxe uma caixa de Cotuba de carro, balançando mil km no porta mala de lá até Jaraguá. Isso é que é vontade…
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outubro 26, 2008 at 9:00 pm
Ah… é verdade. Que delícia poder dar um ‘pause’ na correria da capital, me alimentando de delícias caseiras. Agora até me deu saudades da Cuca de banana que comemos aí em Santa Catarina. E as galinhas vão bem? Não cheguei a conhecer Tanabi, mas pode ser que tenha passado por lá na viagem ao centro da terra (quase 40 graus). E boa idéia essa de trazer a Cotuba, hein? Na próxima volto de buzão com algumas. Beijos pra Natacha, Marina e procê!
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outubro 29, 2008 at 2:02 am
Daniela,
gosto muito de ouvir suas conversas com Sardenberg e desde que conheci este blog, passei a ser leitora assídua.
Queria só fazer um comentário sobre uma frase aqui do post: ” No almoço teríamos frango caipira, criado numa boa, sem pressa e sem hormônios.”
Eu sou veterinária especializada em aves, mais precisamente galinhas e por isso posso dizer com certeza absoluta que os frangos industrializados que consumimos no Brasil NÃO possuem hormônios.
Este é um mito que nós, profissionais do setor, estamos tentando derrubar através de campanhas de esclarecimento. Não há hormônios que possam ser usados na criação de frangos, eles atingem o peso ideal em poucos dias porque são linhagens selecionadas para tal.
O Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo e só consegue exportar para mercados exigentes como o japonês e o europeu porque produz uma carne de qualidade, sem adição de hormônios.
Para maiores informações, temos em São Paulo uma entidade chamada Associação Paulista de Avicultura que pode lhe fornecer mais dados interessantes sobre a avicultura industrial do Brasil e a qualidade de nossos produtos (carne de frango e ovos)
Obrigada,
Cristina Sato
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outubro 29, 2008 at 10:14 am
Ai girl… que delícia de férias…
Como é bom ir para o interior, né?
Agora fiquei na vontade da Cotuba…. hummm
beijos mil
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novembro 2, 2008 at 4:07 am
Que belo post… Estou precisando de férias!
Beijos
d
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novembro 2, 2008 at 7:08 pm
Realmente, Magda é um ótimo lugar para descansar e… comer! Obrigada pela visita e pela prosa aqui no Braun Café. E à Cris Sato, agradeço o esclarecimento sobre os frangos. Vou ficar mais sossegada com os penosos vendidos na capital. Abraços e beijos, Dani Braun
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dezembro 18, 2008 at 8:31 pm
nooossa, Magda! Cotuba! eu ia direto pra Magda, dani, num parque que tem lá, pra descer a cachoeira em cima do colchão de ar! hahaha! e Cotuba, bom.. não bebo refri há mais de uma década, mas era meu refri favorito na infância. adorei, saudades!
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dezembro 22, 2008 at 11:40 am
Gonzales! Sensacional isso! Comentei aqui com os pais do Dexter e eles acharam o máximo. O mundo é um ovo de codorna…
Quando voltar de Barcelona me avise. De repente consigo descolar uma Cotuba pra gente. Besos!
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