Delícias do leste
agosto 7, 2010
* Por Jordana Viotto
As placas com palavras ininteligíveis, esquisitas e até engraçadas (Droga Pozarowa!, algo como rotas de incêndio, pelo que pude ver nos tradutores online) são o primeiro indício de que a comunicação não será nada fácil. Ainda mais em um lugar como a Polônia, em que pouquíssima gente fala inglês.
Mas você consegue se virar com alguns ingredientes:
– duas palavras: Dzień dobry (/dindobre/ = bom dia, boa tarde, oi, serve pra muita coisa) e Dziękuję (/djenkúiê/ = obrigado)
– criatividade para gesticular
– sorte para encontrar pessoas dispostas a ajudar turistas perdidos. É, às vezes, nem os profissionais como atendentes ou garçons estão com AQUELA vontade. Em compensação, é possível achar pessoas tão bacanas que são capazes de desviar seu caminho para te ajudar.
A primeira coisa que notei quando dei minha primeira caminhada por Varsóvia é que as ruas parecem cenários de filme, de tão charmosas. As floreiras pelas calçadas, os prédios históricos e os cafés e restaurantes com mesinhas na calçada dão aquele ar de cidade romântica e, ao mesmo tempo, descolada.
Não dá pra chegar à Polônia e não provar uma vódega de cara. Não experimentei muitas, mas posso dizer que a Wiborowa é uma boa pedida. Leve, suave, pode ser tomada pura, com gelo ou em um drinque. E garanto: mesmo se você der uma abusadinha (inha), não dá ressaca no dia seguinte.
Se o seu negócio for cerveja, aposte na popular lager Lech.
A especialidade culinária local, o pierogi, só experimentei quando cheguei à Cracóvia. O pierogi parece um ravioli – uma massa recheada – mas tem um sabor peculiar. A massa é mais leve e o gosto vem principalmente do recheio, que pode ser de carne, repolho ou queijo. Experimentei o de carne e o de queijo. Adorei os dois.
A experiência foi especial porque o restaurante que eu e minha companheira de viagem escolhemos era em frente ao castelo real da cidade, monumento obrigatório aos visitantes. Não me lembro do nome do restaurante, mas é fácil achá-lo. Fica em uma esquina (Straszewskiego com Podzamcze) quase em frente à rampa que leva à entrada do castelo e tem guarda-sóis verdes, da Heineken. Gastamos menos do que o equivalente 25 reais por duas porções e dois chopes, combustível ideal para a viagem de oito horas até Praga.
Viajamos durante a noite e, quando chegamos lá, tomamos um café da manhã ‘delícia’ no Hotel City Centre. Frutas, pães, geléias, manteiga, iogurte caseiro, leite. Isso mais um quarto lindo e limpíssimo no centro da cidade por 55 euros a diária – uma das melhores ofertas locais entre os hotéis.
(Nota: em Praga, dá para se virar no inglês.)
Depois de uma volta pelo centro – que é tão charmoso quanto as duas outras cidades -, mais uma pausa. Ao redor da praça principal (Old Town Square) há vários restaurantes e cafés ‘bacanudos’ onde demos uma pausa para uma cerveja. Um pint por 10 reais. Ok, caro. Mas tomar uma Pilsner Urquell (a tcheca que mais encontramos nos restaurantes e bares) observando o movimento da praça principal de Praga não tem preço.
Ainda na linha “15 minutos de glamour e riqueza”, fomos até o restaurante Kampa Park, à beira do rio Vlatva. Um daqueles locais onde você só encontra os “bem-nascidos” de… do mundo inteiro. Pra não perder a pose e não deixar as calças, pedimos uma porção de queijos (Roquefort, Camembert du Calvados, Comtesse di Vicky, Selles-sur-Cher) por 50 reais (é, bem caro… mas tem ‘valor agregado’ J), duas cervejas por 7 reais e uma sobremesa (Strawberry cappuccino com sorvete de baunilha, merengue e frutas silvestres) pela “bagatela” de 20 reais.
E apesar do imenso gasto e das porções nada imensas, o serviço nem é tão bom. Só vá pela pausa à beira do rio e pelos 15 minutos de glamour e riqueza…
Subimos até o castelo da cidade e passamos por uma barraca de “super fresh drinks”. Necessário nos mais de 30 graus do verão de Praga.
Na descida, passamos por um parque onde há vários cafés e restaurantes legais a preços ok e uma winery. Não comemos, mas deu vontade. Se tivesse um dia a mais, certamente aproveitaria.
No dia seguinte, o almoço foi mais modesto no preço e mais caprichado no tamanho. Comemos no Malostranská, comida típica tcheca a preços ok, em frente ao Museu Kafka (obrigatório). O queijo com cerveja é legal pelo inusitado (mais ou menos 6 reais), mas a salsicha assada na cerveja preta (7 reais) é simplesmente espetacular. Para acompanhar, o repolho é uma boa pedida.
Para terminar, não dá pra pular a visita ao Viva Praha (Rua Celetna, 10, pertinho da praça principal), uma (fantástica) fábrica de chocolates onde dá pra ver o pessoal preparando as balinhas e docinhos, visitar o Museu do Chocolate e, claro, comprar doces para a família toda. E, no caso das garotas, para as TPMs do ano inteiro.
*Jordana Viotto sempre conta ao Braun Café suas descobertas sobre as delícias da vida. Se quiser mais dicas do leste europeu, leia também o post da Cecília, que esteve por lá no ano passado e também adorou.