Praga, a maravilhosa cidadezinha mágica
outubro 9, 2016
Se existe uma cidade que vai te encantar a cada esquina, posso dizer que é Praga. Outra coisa que vai te surpreender é a coroa tcheca, amiga dos turistas. Me diga onde é que duas pessoas vão jantar um imenso e suculento joelho de porco, tomar cerveja premiada e pagar R$ 47? Só nesse lugar mágico mesmo.
Além de Praga, o Braun Café passou por Viena e Berlim. Veja as outras dicas desta viagem:
Dois banquetes, um doce e um café em Viena
3 lugares para comer bem em Berlim

Almoço na feirinha medieval: lombo de porco na brasa, pão caseiro, chucrute e pepino em conserva. Cerveja artesanal para refrescar.
A cidade ideal é andar a pé, tranquilamente, pela cidade. A única coisa fora do ritmo é a escada rolante do metrô – ela é bem animada. Meu guia foi o podcast do Rick Steves, perfeito para entender o contexto histórico da cidade, conhecer as construções mais interessantes, muitas no belíssimo estilo art nouveau, e encontrar lugares curiosos como a estátua equestre de São Venceslau, na Galeria Lucerna, ou o Museu do Comunismo, que fica entre uma loja do McDonald’s e um cassino.
A parada para o almoço foi em uma feirinha medieval perto da Torre da Pólvora. Pedi uma bela fatia de lombo de porco na brasa, acompanhada de chucrute, pepino em conserva e uma fatia de pão caseiro. Para beber, uma deliciosa e refrescante cerveja artesanal. Tudo deve ter custado o equivalente a uns R$ 15.
A culinária local é influenciada pelos tempos do império Austro-Húngaro e tem muitos pratos à base de carne de porco, incluindo o clássico eisbein. Essa foi nossa pedida para o jantar, após um longo dia de caminhada. O lugar escolhido foi o simpático Restaurante Amos, no centro da cidade.
Já espertos com o tamanho das porções, pedimos somente um joelho de porco, acompanhado de picles. E não precisava de mais nada mesmo. Encaramos o delicioso desafio com a companhia da premiada Pilsner Urquell, que você encontra no supermercado local pelo preço de uma cerveja nacional simples [e tem vontade de chorar]. A conta do jantar para dois saiu por R$ 47, com o serviço. O que dizer? Saudade Praga… saudade.
Um arrependimento: com tanta fartura não dei conta da sobremesa. Deixei de provar o Trdelník, o doce de massa recheada mais popular de Praga. Que pena. Agora vou ter que voltar.
Amos Restaurant
Masná, 17 – Praga
+420 222 323 933
info@amosrestaurant.cz
Aberto diariamente, das 11h às 23h.
Delícias do leste
agosto 7, 2010
* Por Jordana Viotto
As placas com palavras ininteligíveis, esquisitas e até engraçadas (Droga Pozarowa!, algo como rotas de incêndio, pelo que pude ver nos tradutores online) são o primeiro indício de que a comunicação não será nada fácil. Ainda mais em um lugar como a Polônia, em que pouquíssima gente fala inglês.
Mas você consegue se virar com alguns ingredientes:
– duas palavras: Dzień dobry (/dindobre/ = bom dia, boa tarde, oi, serve pra muita coisa) e Dziękuję (/djenkúiê/ = obrigado)
– criatividade para gesticular
– sorte para encontrar pessoas dispostas a ajudar turistas perdidos. É, às vezes, nem os profissionais como atendentes ou garçons estão com AQUELA vontade. Em compensação, é possível achar pessoas tão bacanas que são capazes de desviar seu caminho para te ajudar.
A primeira coisa que notei quando dei minha primeira caminhada por Varsóvia é que as ruas parecem cenários de filme, de tão charmosas. As floreiras pelas calçadas, os prédios históricos e os cafés e restaurantes com mesinhas na calçada dão aquele ar de cidade romântica e, ao mesmo tempo, descolada.
Não dá pra chegar à Polônia e não provar uma vódega de cara. Não experimentei muitas, mas posso dizer que a Wiborowa é uma boa pedida. Leve, suave, pode ser tomada pura, com gelo ou em um drinque. E garanto: mesmo se você der uma abusadinha (inha), não dá ressaca no dia seguinte.
Se o seu negócio for cerveja, aposte na popular lager Lech.
A especialidade culinária local, o pierogi, só experimentei quando cheguei à Cracóvia. O pierogi parece um ravioli – uma massa recheada – mas tem um sabor peculiar. A massa é mais leve e o gosto vem principalmente do recheio, que pode ser de carne, repolho ou queijo. Experimentei o de carne e o de queijo. Adorei os dois.
A experiência foi especial porque o restaurante que eu e minha companheira de viagem escolhemos era em frente ao castelo real da cidade, monumento obrigatório aos visitantes. Não me lembro do nome do restaurante, mas é fácil achá-lo. Fica em uma esquina (Straszewskiego com Podzamcze) quase em frente à rampa que leva à entrada do castelo e tem guarda-sóis verdes, da Heineken. Gastamos menos do que o equivalente 25 reais por duas porções e dois chopes, combustível ideal para a viagem de oito horas até Praga.
Viajamos durante a noite e, quando chegamos lá, tomamos um café da manhã ‘delícia’ no Hotel City Centre. Frutas, pães, geléias, manteiga, iogurte caseiro, leite. Isso mais um quarto lindo e limpíssimo no centro da cidade por 55 euros a diária – uma das melhores ofertas locais entre os hotéis.
(Nota: em Praga, dá para se virar no inglês.)
Depois de uma volta pelo centro – que é tão charmoso quanto as duas outras cidades -, mais uma pausa. Ao redor da praça principal (Old Town Square) há vários restaurantes e cafés ‘bacanudos’ onde demos uma pausa para uma cerveja. Um pint por 10 reais. Ok, caro. Mas tomar uma Pilsner Urquell (a tcheca que mais encontramos nos restaurantes e bares) observando o movimento da praça principal de Praga não tem preço.
Ainda na linha “15 minutos de glamour e riqueza”, fomos até o restaurante Kampa Park, à beira do rio Vlatva. Um daqueles locais onde você só encontra os “bem-nascidos” de… do mundo inteiro. Pra não perder a pose e não deixar as calças, pedimos uma porção de queijos (Roquefort, Camembert du Calvados, Comtesse di Vicky, Selles-sur-Cher) por 50 reais (é, bem caro… mas tem ‘valor agregado’ J), duas cervejas por 7 reais e uma sobremesa (Strawberry cappuccino com sorvete de baunilha, merengue e frutas silvestres) pela “bagatela” de 20 reais.
E apesar do imenso gasto e das porções nada imensas, o serviço nem é tão bom. Só vá pela pausa à beira do rio e pelos 15 minutos de glamour e riqueza…
Subimos até o castelo da cidade e passamos por uma barraca de “super fresh drinks”. Necessário nos mais de 30 graus do verão de Praga.
Na descida, passamos por um parque onde há vários cafés e restaurantes legais a preços ok e uma winery. Não comemos, mas deu vontade. Se tivesse um dia a mais, certamente aproveitaria.
No dia seguinte, o almoço foi mais modesto no preço e mais caprichado no tamanho. Comemos no Malostranská, comida típica tcheca a preços ok, em frente ao Museu Kafka (obrigatório). O queijo com cerveja é legal pelo inusitado (mais ou menos 6 reais), mas a salsicha assada na cerveja preta (7 reais) é simplesmente espetacular. Para acompanhar, o repolho é uma boa pedida.
Para terminar, não dá pra pular a visita ao Viva Praha (Rua Celetna, 10, pertinho da praça principal), uma (fantástica) fábrica de chocolates onde dá pra ver o pessoal preparando as balinhas e docinhos, visitar o Museu do Chocolate e, claro, comprar doces para a família toda. E, no caso das garotas, para as TPMs do ano inteiro.
*Jordana Viotto sempre conta ao Braun Café suas descobertas sobre as delícias da vida. Se quiser mais dicas do leste europeu, leia também o post da Cecília, que esteve por lá no ano passado e também adorou.
Berlim, Praga Connection e Budapeste
junho 7, 2009

Almoço no Kampa com amigo de Lucas Mendes e Paulo Francis. Foto: divulgação
Por Cecília Araújo*
Quando chegar a uma cidade na República Tcheca, se não souber falar ou ler tcheco, não chegue aos domingos. Caso aconteça, tenha paciência porque os balcões de informação estão fechados e você vai levar uma hora para comprar seu bilhete de metrô… e 1 minuto para descer até a plataforma na escala rolante mais rápida do mundo!

Confit de pato com cassoulet no restaurante Kampa, em Praga. Foto: Cecília Araújo
No primeiro dia, em Praga, recomendo um passeio de barco pela cidade, que faz parte de um city tour gigante, mas os 40 minutos no Rio Vltava já ajudam a te localizar na cidade.

Prato do dia em Praga: batatas gratinadas, filé de frango e mussarela de búfala com molho de frutas vermelhas.
Foi no barco que conheci Bernard, um negociador de vinhos aposentado, e seu filho Alex, dois norte-americanos muito simpáticos.
Quando falei que era do Brasil descobri que Bernard era um ótimo contador de histórias: passou a lua-de-mel por aqui, viajou pelo País, morou em Nova Iorque, onde tinha diversos amigos brasileiros: Lucas Mendes, Paulo Francis (jogava pôker com Francis) e James, sim o criador do vinho Marcus James. O James era simpático, contou Bernard, já o vinho…

Berlim: ótimos kebabs como este, no prato, em um restaurante turco
Bernard (Forrest Gump) passou apuros no Rio de Janeiro, por sua conta e risco. Resolveu pegar a ponte aérea Rio-São Paulo sem documentos, enfrentou o policial e foi demovido com uma arma na cabeça. A ousadia virou história de boteco e rendeu uma charge… do Henfil.

Berlim: tradicional eisben cozido com batatas e purê de maçã
Após um passeio com a dupla pela cidade, fui convidada para almoçar no Kampa Park, um restaurante bem bacana, na beira do rio. Pelo estilo achei que minhas economias acabariam ali, mas até que não saiu tão caro… pra falar a verdade, saiu de graça porque Bernard é um cavalheiro.
O restaurante oferece um menu especial de almoço, com opções bem interessantes. Escolhi um confit de pato com cassoulet de feijão branco, linguiça e bacon crocante (48 reais), que estava sensacional. Para beber escolhemos um vinho branco local [e agora prepare seu tcheco], o “Vinohrad, Ryzlink Rýnský, Kolekce Premium, 2007”. Não entendeu nada? Tudo bem. Estava uma delícia e custava 68 reais.
A sobremesa deliciosa era um prato de panquecas tchecas (fofinhas com a aparência de rabanadas) com molho de frutas vermelhas e creme branco de canela. Afff…
O atendimento do local merece destaque, não só porque a cada troca de pratos eu era chamada de ‘madam’, mas porque os garçons eram extremamente bonitos. Os homens de Praga são bem apessoados, em geral, mas a equipe do Kampa devia ter outra genética.

Budapeste: visite o Mercado Municipal e reserve quatro dias para conhecer a cidade
Café astronômico
Praga é uma cidade tão turística, que foi difícil saber onde os locais vivem – talvez eles morem nos restaurantes. Como tal, também reserva armadilhas. Fui esperar a hora cheia do relógio astronômico da cidade – quando vários bonequinhos saem pela janela – tomando um café expresso, que custou astronômicos 7 euros. E os bonequinhos nem tinham tanta graça.
A viagem começou em Berlim, onde comi uma deliciosa porção de falafel (4,50 euros), um kebab gostoso e muito bem servido (3 euros) e um tradicional eisbein cozido com batatas, que estava ok.

Ótimas cervejas tchecas, mas sempre em tamanho grande
Cervejas, claro, tomei todas e as tchecas eram as melhores, mas os nomes se parecem com o do vinho branco, então deixa pra lá. E se você quiser tomar só um chopinho, só um garotinho, esqueça. Os bares de Berlim, Praga e Budapeste não servem pouca cerveja.
Vinho dos reis
Não saia da Hungria sem comprar pelo menos uma garrafa de Tokaji Szamorodni, vinho de sobremesa tradicional de lá. Trouxe meia garrafa do “vinho dos reis” por apenas 8 euros.
Última dica: nunca tente pegar o metrô em Budapeste após algumas cervejas. Como diz o Chico Buarque, húngaro é o único idioma que o diabo respeita.

Albergue em Berlim: clima bacana e local organizado
Hospedagem:
Berlim – Wombats Hostel (20 euros a diária)
Praga – Akcent Hotel
Budapeste – Golden Park Hotel
*Cecília Araújo é publicitária, amigona do coração e sempre faz viagens bacanas pelo mundo.