Yorimichi significa ‘desvio’ ou ‘sair do caminho de casa’. Para mudar sua rota, o novo Yorimichi Izakaya aposta nos espetinhos na brasa (kushiyaki) muito bem preparados pelo chef Ken Mizumoto, do Shin-Zushi.
Entre as especialidades de frango estão asinhas crocantes, cubos de sobrecoxa com cebolinha ou wasabi, coração, fígado e moela. Os preços variam de R$ 6,90 (moela e coração) a R$ 8,50 (asinha). E se você torceu o nariz para os miúdos, esta é uma ótima oportunidade de mudar de opinião.

Barriga de porco com o ótimo molho tare da casa (R$ 9,50) e bolinho de arroz grelhado em alga crocante (Misoyaki onigiri).
Vale provar também o Gyutan, espeto de língua bovina (R$ 11,50) e a Butabara, barriga de porco com o ótimo molho tare (R$ 9,50) feito com redução de vinho, frango e açúcares. Uma boa dupla é pedir um espetinho e o bolinho de arroz grelhado e servido em alga crocante (Misoyaki onigiri).
A carta de bebidas do Yorimichi é requintada. Entre os rótulos de saquê, a dose parte de R$ 50. Há também opções de shochu (aguardante de batata ou arroz) e uísques japoneses. Eu fiquei na cerveja mesmo. Você pode escolher Original ($15), Kirin (R$ 11) ou Sapporo (R$ 18).
O cardápio inclui espetinhos vegetarianos, pratos e porções. A de frango frito (Tori ume karaage) leva molho de conserva de ameixa (R$ 19), mas o empanado não agradou muito. O caldo de frango com ovo (R$ 10) é saboroso, mas ainda prefiro os espetinhos.
É importante fazer reserva antes de desviar o caminho para o Yorimichi. Estive por lá primeira semana de funcionamento, com o amigo Edgard, e garantimos nossos lugares no balcão. No andar superior há três salas para grupos reservados.
Yorimichi Izakaya
Rua Otávio Nébias, 203 – Paraíso – São Paulo – SP
Horários: Segunda-feira a sábado, das 18h30 às 00h30
Tel.: (11) 3052-0029
Japa de garagem
fevereiro 11, 2012
Em uma tranquila região de Perdizes, o restaurante japonês Mori Sushi, aberto em 1992, atrai o pessoal que trabalha ou mora na vizinhança com a oferta de um rodízio honesto e acessível.
Nas mesas, que ficam nos andares superiores do sobrado, o rodízio com sushi sai pelo preço amigo de R$ 32, por pessoa, no almoço, durante a semana. Neste esquema de almoço executivo, o festival (sushi + sashimi) custa R$ 35. Nos outros dias e horários o rodízio à mesa custa R$ 40 e o festival sai por R$ 43. Continue lendo »
Sushi Hiroshi, o japa de Santana
janeiro 9, 2011
Uma idea na cabeça e um bom peixe nas mãos. Assim o Sushi Hiroshi vai conquistando uma clientela fiel, na Zona Norte, como o amigo Alê Daloia, que me fala deste lugar há mais de três anos. Finalmente estive por lá no fim de dezembro, para cumprir a promessa gastronômica, e devo confessar que devia ter ido antes ao ‘japa de Santana’.
Entre as diversas razões para sair do circuito Liberdade e conhecer o Hiroshi estão entradas simples e surpreendentes como a Kaisen Salada (R$ 23). Nesta espécie de ‘sashimi-carpaccio’ casa fatia de salmão é servida com uma bolinha de gengibre e cebolinha em um prato temperado na hora azeite, shoyu, limão e gotinhas de primenta Tabasco. É tão simples, que você fica se perguntando por que não pensou nisso antes para fazer em casa. Pode até ser, mas antes tem de provar o original.

Sushis do 'combinado do chef'. Destaque para o massagô recheado de salmão e cream cheese, envolto em ovas de caranguejo
Na sequência, outro prato que merece destaque é o Romeu (R$ 38 a por cão inteira e R$ 23 meia porção). O nome não tem nada de japonês e não está no cardápio, mas é só pedir. “Foi o Romeu, um funcionário da casa que criou o prato”, conta Francisco Hiroshi, um dos sócios do restaurante ao lado do irmão Júlio. E a ideia do Romeu merece ter seu nome: sashimis de atum e salmão brevemente grelhadas e envoltas em gergelim sobre geleia de pimenta, cobertas com uma deliciosa couve frita bem crocante. Um delicioso mix de sabores e consistências.
No terceiro ato, Alê pediu um combinado bem interessante de sushis. O que mais gostei foi o massagô (sushi recheado de salmão e cream cheese envolto em ovas de caranguejo), mas a combinação de morango e couve crispi também estava ótima, assim como o sushi de kani envolto em uma fina fatia de omelete e o salmão skin.
A dica do Francisco é pedir o ‘Combinado do Chef’, que sai por R$ 90 e inclui as duas entradas que mencionei, além do combinado de sushis. Segundo ele, a sequencia é feita para uma pessoa, mas pode servir até duas.
Acabei não mencionando a ótima saladinha de pepino de cortesia e o rabanete ‘salmão’ curtido que vai muito bem com a cerveja de garrafa bem gelada servida no Hiroshi. Está aí um lugar para incluir na lista de promessas gastronômicas para 2011 e voltar sempre.
Veja mais fotos do Sushi Hiroshi no Flickr do Braun Café.
Sushi Hiroshi – Rua Capitão Manuel Novais, 189 – Santana – São Paulo (SP). Tel: (11) 2979-6677 / 2978-7128
Horário de funcionamento: Segunda a sábado, das 11h30 às 14h30 e das 18h30 às 23h15. Domingo até 22h30. Fecha às quartas-feiras. (Aceita cartões e tem manobrista).
Sashimis de atum e salmão com gergelim, sobre geleia de pimenta cobertos de couve frita
Izakaya Issa: o ‘quente’ da Liberdade
agosto 22, 2010
Junte a curiosidade com a vontade de comer e você vai descobrir o maravilhoso mundo da culinária japonesa, que não está nos rodízios. O bairro da Liberdade é o cenário perfeito para isso, mas é necessário ter as fontes certas. Recentemente, o amigo e gourmet Alê Daloia me apresentou o Izakaya Issa, um pequeno restaurante na Rua Barão de Iguape, comandado pelas simpáticas senhoras Margarida e Takai, que reserva grandes descobertas entre as iguarias do Japão.
Para garantir seu agradável jantar sem esperar muito é recomendável fazer reserva alguns dias antes. Estive por lá em uma sexta-feira às 20h30 (em ponto) e às 9h30 as poucas mesas e o balcão já estavam lotados de locais ou pessoas que, como nós, adoram descobrir lugares especiais em São Paulo.
O modesto e aconchegante Izakaya Issa é, na verdade, um bar de saquês ou shochus (aguardente de batata, arroz e cevada leve e tão perigoso como o saquê) cujo cardápio oferece uma variedade de iguarias para acompanhar as bebidas de seus frequentadores – muitos deles com seus nomes escritos nas garrafas atrás do balcão.
Na prática e diante do valor da dose de saquê (R$ 20 o importado e R$ 15 o nacional), nos concentramos nos quitutes com cervejinha gelada de garrafa. Começamos com uma entrada de quatro sabores (R$ 20): nabo deliciosamente temperado com um leve toque de pimenta, acelga curtida, berinjela refogada e peixe frito escabeche.
Vale aqui fazer uma pausa para as louças. Do apoio de hashi, ao copinho de sushi em porta-copo de crochê, tudo é servido em alguma peça que parece ter sido guardada cuidadosamente pela família, há anos, o que dá um ar ainda mais especial ao restaurante.
Começamos a degustação dos petiscos pelo tempurá de lulas muito macias, que merece o trocadilho de ‘lulas adorei’. A porção acompanha o molho de tempurá, mas a dona Margarida recomenda provar somente com sal. Aliás, siga as recomendações destas atenciosas senhoras e você vai se dar bem. O peixe meca grelhado que pedimos na sequência, por exemplo, não está no cardápio e é uma deliciosa recomendação.
Antes do ‘prato principal’ também pedi um Chawan Mushi, que vi entre as dicas do frequentador Marcelo Katsuki. Ao destampar a linda cumbuquinha de louça você encontra um creme de ovos cozidos no vapor, com cogumelos shitake e shimeji, bem leve de tempero e quentinho para confortar o estômago.
E chegou a hora do esperado e tão falado Okonomyiake, a ‘pizza japonesa’, como apelidou Daloia. A massa da ‘redonda’ leva repolho picado, pedacinhos de frutos do mar, maionese e molho tarê, salpicada com raspas finíssimas de peixe, que ficam ‘dançando’ com o calor do prato. Essa, de fato, é uma iguaria deliciosa e diferente de tudo que já provei na culinária japonesa. Só de espiar nas mesas ao lado dá pra sacar que é um dos carros-chefe da casa.
Para fechar a primeira noite da confraria de curiosos e gulosos pedimos os bolinhos de polvo. A princípio pedimos meia porção, o que só é possível se outra mesa também pedir os bolinhos já que são preparados em uma grelha especial com forminhas redondas (já tinha visto em um episódio de ‘No Reservations’ em Osaka). No fim das contas devoramos uma porção de saborosos bolinhos e fomos felizes para casa após um banquete de novos sabores do Japão. É Issa aí!
Izakaya Issa – Rua Barão de Iguape, 89 – Liberdade. São Paulo – SP. Tels.: (11) 3208-8819 / 7677-4910. O estacionamento ao lado que sai por menos de R$ 10. Veja mais fotos no Flickr do Braun Café.
Ali na mesa
julho 26, 2008
Por Renata Mesquita*
Os rodízios de sushi continuam proliferando pela cidade, mas se você nunca experimentou certas preciosidades (nenhum docinho feito à base de feijão ou balas de alga, por exemplo) ou não teve a sorte (que, quando pequena, eu julgava azar) de ter um japonês legítimo por perto para fazer você comer coisas estranhas como lâminas de alga secadas ao sol versão stand alone, cortadas em tirinhas, chamadas Kombu, (Valeu, seu Takeshi!), não pode dizer que seja um admirador de verdade da culinária nipônica.
As tirinhas
Ter sido forçada a voltar para a acupuntura, e com tempo para realizar as sessões apenas aos sábados, trouxe para a minha vida a realização de um desejo que eu acalentava há muito tempo: frequentar mais o bairro da Liberdade. Cada visita tem sido uma descoberta. Gastronômica e consumista.
Mas a maior delas se deu por indicação de nosso japonês Mário Nagano: o Restaurante Katsuzen fica escondido, tem mesas simples e cara de estabelecimento “de raiz”, uma proprietária que é uma figura e sempre vem perguntar o que você achou da refeição. Um de seus sushimen é proveniente do Nordeste (como já foi comprovado cientificamente, eles têm um dom natural para a coisa, apesar da falta quase total de japoneses na colonização de nossos belos estados nordestinos). Ah, e tem opções chinesas, também, no cardápio. Tudo muito simples, sem frescura nenhuma.
Se um dos charmes do Katsuzen é o fato de ele lembrar qualquer restaurantezinho que você encontraria de verdade no Japão fora das áreas turísticas, o apelo gustativo é que ele é especializado em milanesas. Enormes e gordos filés de contra-filé ou de carne de porco ao gosto do freguês, servidos com gohan, missô, pepininhos, repolho e tomates. De entrada, uma saladinha exótica que mistura macarrão de fécula de inhame, presunto, pepino, cebola roxa, tomate e… pedacinhos de omelete!! Isso sim é que é experimentar algo japonês de verdade!
Se você não gosta de fritura (tá, tá, eu sei que faz mal, mas a massa pelo menos não tem gosto de óleo), fique tranqüilo: o Katsuzen tem sushi, sashimi, guioza, tempura (inclusive na versão doce, de sorvete), yakissoba e mais uma porção de pratos com nomes típicos que ainda não consegui decorar, sempre a la carte. Independente da sua “corrente” oriental, vale pelo clima e pela experiência!!
*Renata Mesquita é jornalista e adora descobrir novas delícias para o Braun Café. Fotos: Henrique Martin.