Que venha o vegano!
março 1, 2020

São Paulo oferece cada vez mais opções criativas dos veganos, vegetarianos e simpatizantes [como eu]. O PlantMade veio direto da Califórnia para o Brasil em maio do ano passado e mostra que comida sem carne ou laticínios pode ser perfeitamente saborosa.

Estive por lá para almoçar com a Fabi, minha irmã nutricionista, vegana e desbravadora dos bons restaurantes sem carne da cidade e fiquei impressionada com a cozinha do lugar. Começamos com uma colorida entrada de homus de beterraba defumada (R$ 33 ) com legumes frescos e crackers de sementes.

Entre os principais, pedimos o carros-chefe da casa. O Cacio e Pepe (R$ 46), com fettuccine (harusame) de feijão verde, molho de castanha de caju, pimenta do reino purê de azeitonas verdes e folhas picantes. Muito saboroso, mas o que mais impressionou foi a Lasanha Raw. A torre de fatias finas de abobrinha se equilibra com um precioso molho de tomates (‘marinara’) e a cremosa ricota de macadâmia. Simples e delicioso (R$ 48).

Para beber a Fabi pediu kombucha e eu um Suco Amarelo com abacaxi, maracujá, carambola, manga e capim-santo (R$ 15) bem vibrante. O cardápio inclui alcoólicos como vinhos, cervejas artesanais e drinks e cafés.

Ao passar pela vitrine de doces logo na entrada do PlantMade você já sabe que não vai resistir à sobremesa. Provamos mousse de chocolate (R$ 17) com café expresso (R$ 6) e tortinha de frutas (R$ 14) com café coado (R$ 7) para fechar o almoço bem felizes e saudáveis. Dá pra voltar só para provar uma linda fatia de bolo de chocolate ou mesmo para tomar café da manhã.
Praça Villaboim, 111, Higienópolis – São Paulo, SP
Horários: Segunda a Sábado das 10h às 23h. Domingos das 9h às 16h.
Insta: https://www.instagram.com/plantmadesp/
Almoço no Soteropolitano
novembro 22, 2019

Quando um amigo disse “vai nesse restaurante de comida baiana na Lapa. É a melhor moqueca da cidade” bem que desconfiei que poderia ser o Soteropolitano. Pois era o próprio. Que bom!
Depois que deixou a Rua Fidalga, na Vila Madalena, há cerca de sete anos, o restaurante foi reaberto numa esquina super tranquila na Vila Romana. Que alegria reencontrá-lo. Aliás, o pessoal da casa frisou que muita gente tem confundido o Soteropolitano original da Rua Fidalga com o Sotero, que fica na Santa Cecília, mas são histórias diferentes.

A porção de acarajé é de lei. São seis bolinhos super crocantes e macios por dentro que você abre e monta como quiser com os ingredientes à parte – vatapá, caruru, camarões secos, vinagrete e a pimentinha da casa. Peça uma cervejinha para refrescar (R$ 12 a Heineken de 600 ml). A porção com seis acarajés sai por R$ 42.
A moqueca da vez foi a de abadejo com polvo (meia moqueca sai por R$ 88 e serve duas pessoas) que chega à mesa borbulhando na panela de barro, acompanhada de arroz branco, pirão e farofa de dendê. Polvo macio, peixe no ponto e o tempero envolvente como sempre. Como é bom matar saudade desse prato.
Receita de sábado feliz é almoçar no Soteropolitano. A conta com uma cerveja 600 ml e um suco saiu R$ por pessoa . Só faltou o café, mas a casa não serve então você pode fazer uma caminhada digestiva de dois quarteirões até o Garimpos do Interior, na Rua Marco Aurélio mesmo, e tomar um café coado na hora. E se for numa quinta-feira, não deixe de passar no Quintal da Aurélia, ali do lado, e comprar um pão artesanal.
Restaurante Soteropolitano
Rua Marco Aurélio, 451 – Vila Romana
Tel.: (11) 3034-4881
Abre às Sextas-feiras das 12h às 15h30 e das 18h às 22h, aos Sábados das 12h às 22h e aos Domingos e feriados das 12h às 18h.
Vietnã sem frescuras
novembro 17, 2019

Quando você entrar no sobrado sem placa da Rua Dr. Seng, número 44, terá o prazer de conhecer a acolhedora e deliciosa cozinha vietnamita do Bánh Mì Vietnam onde “se faz se come como no Vietnã, sem adaptações”, diz um dos recados na parede da casa adaptada para o restaurante.
Importante reservar aos sábados porque há poucas mesas – contei menos de dez – que lotam rapidamente nos quatro cantinhos da casa. Vale tentar uma mesa no quintal cheio de plantas e almoçar ao ar livre cercado de verde. Eu cheguei cedo e dei sorte. Mesmo sem reservas logo me acomodaram em uma mesinha com sofá.
A entrada oficial da casa é o Goi Cuon, rolinho de ervas aromáticas, cenoura, pepino, macarrão de arroz e carne de porco bem fininha, enroladinhos no finíssimo papel de arroz. A regra é comer com as mãos, sem frescura. “A única frescura que se permite nessa casa é da comida”, diz outro recadinho. Os molhinhos de amendoim e de pimenta dão mais uma graça a essa refrescante entrada que também tem uma versão de carne de porco e camarão e outra de shimeji. (Um por R$ 12 e quatro por R$ 36).

Seguindo para o principal, vou te contar que há anos tenho vontade de provar o autêntico caldo vietnamita Pho Bo, desde quando assistia o saudoso Anthony Bourdain em uma de suas viagens ao Vietnã. O momento chegou. Pedi uma cervejinha e fiquei esperando meu caldo perfumado com sete especiarias, fatias de carne bovina, broto de feijão e talharim de arroz que chegou fumegante à minha mesinha (a versão vegana é o Bun Chay com tofu e shimeji). A versão pequena, com menos macarrão, sai por R$ 34 e é de bom tamanho. A grande custa R$ 39.
Um dos sócios – são dois argentinos e um franco-vietnamita – me explicou com todo o carinho como provar o Pho: Primeiro você tempera o caldo ao seu gosto com folhas frescas (coentro, hortelã e manjericão) servidas separadamente e espreme um quarto de limão. Se quiser incluir Sriracha para apimentar “vai ficar beeem potente”, disse o anfitrião – fica potente mesmo então recomendo pegar leve. Enfim, posso dizer que essa é daquelas comidas que te abraçam, com muito sabor. Traz paz e felicidade.
Para finalizar, pulei a sobremesa e fui direto ao café da casa, o Cà Phé Sua Dá, perfeito para o momento de serenidade pós Pho Bo. O coador vietnamita vai liberando o café em gotinhas, lentamente, sobre uma boa dose de leite condensado. Aguarde. Depois pessoal traz pedras de gelo e você termina de preparar a bebida perfeita para fechar o almoço.
A conta, com duas long necks, saiu por R$ 72 muito bem pagos. Já quero voltar logo para provar os sandubas e o drink Coc-Tai Dua Ót com pimenta, vodka, coentro, limão e pepino. Que delí!
Bánh Mi Vietnam
Rua Dr. Seng, 44 – Bela Vista
Reservas: (11) 97754-1856
Quartas, quintas e sextas-feiras das 12h às 16h e das 18h às 22h.
Sábados somente com reservas das 13h às 16h e das 19h às 22h.
Insta: https://www.instagram.com/banhmisp/
Face: https://www.facebook.com/BanhMiSP/
Veggie chic
setembro 8, 2019

O Teva é o tipo de restaurante que eleva a categoria dos vegetarianos e veganos. Superagradável, com pratos bem elaborados e bons drinks – com e sem álcool – é aquele restaurante para relaxar e esquecer do tempo. Nada contra os buffets e quilos – aliás conheço alguns ótimos, mas acredito que sera legal também ver lugares assim com cara de fim de semana.

Minha irmã me apresentou o restaurante em um sábado para um almoço delicioso. O Teva nasceu no Rio trazendo influências da culinárias asiática e europeia e abriu sua filial paulistana em este ano em Pinheiros. Chegamos antes das 13h e vale chegar cedo porque a casa ficou cheia rapidinho.
Difícil ver drinks alcoólicos em vegetarianos. No Teva você pode escolher uma taça de vinho, um Negroni ou um drink autoral tranquilamente. Mas se a sua pegada for álcool free, recomendo o Fresa, um dos três coquetéis sem álcool da casa (R$ 22), que leva morango, ginger ale, limão e uma deliciosa espuma de gengibre.

A Couve-flor Manchurian, que me deixou curiosa desde que vi a foto no Instagram, é realmente imperdível. Sempre achei que couve-flor nasceu pra ser feita à milanesa, ainda mais com esse molho indo-chinês meio picante a base de shoyu, cebola e pimentão picadinhos (R$ 36). Caso você não morra de amores por essa simpática hortaliça, essa é a chance de mudar de ideia.
Ainda na pegada asiática, recomendo o Pad Thai (R$ 46) um clássico tailandês que leva tofu empanado no lugar das carnes, macarrão de arroz, legumes, broto de feijão, amendoim e molho de tamarindo que traz aquele agridoce característico do prato e ficou fantástico. A carne não fez falta, sinceramente.

Minha pedida foi para o lado italiano e optei pelo reconfortante Ragú de Cogumelos (um mix de Portobello, shitake e hiratake) ao vinho com polenta de painço e parmesão de tremoso (R$ 58).

As porções, aliás, são generosas, mas não deixei a sobremesa para outra vez. Vale dividir o Crème Brûlée de Maracujá (R$ 28) para encerrar a refeição perfeita e já ficar com vontade de voltar.

O Teva está aberto todos os dias para almoço, das 12h às 16h, e jantar, das 18h à meia-noite. Somente nos domingos ele fecha um pouquinho mais cedo, às 22h. Durante a semana na hora do almoço a casa também oferece o menu com entrada, prato e sobremesa por um preço fixo mais interessante (R$ 58). E o Pad Thai está entre as opções do menu fixo.
Teva
Rua Cônego Eugenio Leite , 539
Pinheiros – São Paulo
Tel.: (11) 3062-8752
Al Povero Pesce
agosto 24, 2019

Se eu fosse te indicar apenas um restaurante na Calábria com certeza seria o Al Povero Pesce, em Belvedere Marittimo, uma das encantadoras cidades do litoral calabrês.
Charmoso e muito bem localizado em frente à orla, o restaurante serve pratos com frutos do mar muito bem preparados. Vale começar com o antepasto “quente e frio”, que é praticamente um rodízio de entradas.

Entre os frios estão fatias bem finas de peixes ao vinagrete (salmão, peixe espada e aliche) para comer com os pãezinhos macios da casa. Entre os quentes, um misto de lulas e peixe fritos e um inacreditável polvo grelhado com molho de vinagre balsâmico.

Aliás, um detalhe sobre a “glassa” de aceto balsâmico. No primeiro restaurante que conheci logo ao chegar à Calábria, o Antigua Ristorante Pizzeria, provei uma porção de lulas à dorê e um fiozinho do molho de aceto concentrado, doce e ácido que ficou incrível. Esse molho você encontra em empórios por aqui. Faça o teste.

Para brindar, um vinho branco calabrês de-lí-cia chamado Timpa del Príncipe, da vinícola Ferrocinto. Vale visitar o site e dar só uma checada no visual da vinícola.

Depois das entradas chegou a hora do primo piatto, que no meu caso foi o principal: tagliarini caseiro com molho de lagosta. Esse vai ficar guardado com carinho na minha memória gustativa, ou melhor no meu “Guloogle”.

Provei ainda uma taça do rosé da Ferroncinto – gostoso, mas o branco superou – uns moranguinhos de sobremesa e a conta, que ficou em 25 euros por pessoa. Considerando a qualidade da refeição vejo que valeu muito a pena.
Recomendo também um passeio pela bela cidade marítima depois da refeição e uma passada no Art Cafè Bar pertinho da estação de trem. Minha dica é experimentar o Café Ginseng, mais suave com infusão de ginseng que virou moda na Itália. É uma ótima opção ao expresso curto e fortíssimo. A Giula, dona do café, é uma simpatia e ainda prepara um impecável gin tônica com belisquetes grátis. Salute!