Tiramisù de Limoncello
julho 28, 2019
O limão que a gente chama de siciliano é muito presente no sul da Itália. Ao pegar a sinuosa estradinha para Amalfi, o aroma vindo dos limoeiros indica que você está na direção certa.

Os limões continuam te acompanhando pelas ruas da cidade como tema das lindas cerâmicas da região, de bordados, sachês e outras lembrancinhas. Da mesma região vem o popular Limoncello, um licor bem docinho que não é minha praia, mas tem gente que ama. Mesmo assim, a curiosidade não me impediu de provar um tiramisù de limoncello, sugerido pelo garçom do restaurante La Galea.

Os “fritos” do mar de entrada são um clássico da área e abriram muito bem o apetite com o vinho branco da casa para os principais: fusilli pescatora com muitos frutos do mar e ravioli de ricota ao molho de tomatinhos, camarão e rúcula.

Para fechar o ótimo jantar, um tiramisù, a sobremesa perfeita. Mas aí o garçom sugeriu uma outra versão, um tiramisù de Limoncello. Será? Aí pensei “se um italiano resolve adaptar uma instituição da sua própria confeitaria, não deve ficar ruim, certo?”. Errado. Trocar o café por Limoncello e o chocolate em pó por chocolate branco bem doce não recomendo nem para quem gosta do licor. Já a conta total para duas pessoas saiu salgada (60 euros). Talvez por isso, no lugar de “conto”, me confundo e pedi um “sconto” (desconto).

Tirando a lembrança tropo dolce do jantar, valeu a pena passa a noite de sábado para domingo na cidade, mesmo na primavera ainda gelada. Dá pra ir tranquilamente de trem, parando em Salerno. De lá basta pegar o ônibus local em frente à estação e curtir a vista espetacular do caminho – segurando bem porque não dá pra acreditar que um busão caiba naquela estrada, sinceramente.

Amalfi é bela, turística e bem cara, então o ideal é reservar sua acomodação com antecedência. No nosso caso foi bem em cima da hora, então o melhor que conseguimos foi uma diária caríssima de 100 euros (ai…) no Dimore De Luca, em um edifício bem antigo na praça principal. O quarto todo restaurado era bem grande e confortável, mas faltou o café da manhã. Felizmente, logo embaixo do hotel está a pasticceria Andrea Pansa, uma instituição da cidade (desde 1830).
Arimbá é o novo pote de delícias da chef Angelita
setembro 11, 2015
Neste sábado (12), a chef Angelita Gonzaga abre as portas de sua nova cozinha caipira de raiz, no bairro da Vila Pompeia. Batizado com o nome dos potes de barro onde os tropeiros guardavam doces, o Arimbá reúne pratos das cozinhas tropeira, campeira e caipira sob o comando da chef capixaba. Este é o segundo projeto da chef capixaba, que deixou o restaurante Garimpos do Interior, em fevereiro do ano passado, e agora abre o Arimbá com mais três sócios.
O Braun Café esteve por lá esta semana para conhecer o restaurante em fase de teste. Na entrada, você já sente o aroma do fogão à lenha em uma cozinha aberta onde a chef capixaba, que deixou -Garimpos do Interior, prepara o rojão (espeto gigante de carne suína, R$ 39,90), milho assado (R$ 5,50) e pratos feitos no disco de arado. “Quando a roda de ferro perde o corte é usada na cozinha. Vira um frigideirão”, ela conta enquanto dá um agito da cozinha.
Entre as opções para bebericar estão caipirinhas, as ‘marvadas’ (cachaças aromatizadas como a de mexerica e cambuci) e cervejas artesanais brasileiras (Capitu, Revenge, Divina e Bacuri) selecionadas pela sommelier Paty Albehy. Dos não alcoólicos vale provar a ‘Calminha’, limonada com capim-limão (R$ 7,80) e o clássico guaraná Cotuba, do interior de SP.
Abrimos os trabalhos com a porção de bolinhos de galinha e farinha de milho, bem sequinhos. Casou bem com a pimentinha da casa e uma Original (R$ 11,50 a garrafa). Outra porção sensacional é o pastel de angu com recheio de queijo, que a Angelita também oferecia no cardápio do Garimpos do Interior. É meu favorito.
O principal foi o Matuto, delicioso ensopado de feijão manteiga e carne de costela (R$ 39,90) com farofinha de milho. Para completar, pedi uma couve refogada. As porções são bem servidas e rolam até para três pessoas. E tem opção para os vegetarianos: Moquequinha de palmito fresco e banana da terra, com vinagrete de pimenta de cheiro e arroz.
Já aviso que é um pouco difícil escolher um prato entre as opções apetitosas do cardápio. Eu e o querido amigo Fábio Almeida, que me acompanhou no jantar e fez a linda foto de abertura aqui do post, ficamos de olho nos pratos feitos no disco de arado, como o ‘Arroz Bêbado’ com toucinho, linguiça na cachaça e couve, e o ‘Chuletão’.
Finalizamos com um café coado na mesa, à moda caipira. Falando nisso, gostei da ideia do Café Caipira, servido das 16h às 18h, com sabores da infância. Tem bolinho de chuva, bolo de fubá, queijo da Serra da Canastra e até Toddy batido gelado. Hummm. É pra voltar sempre.
Arimbá Restaurante
Rua Ministro Ferreira Alves, 464-B – Pompéia – São Paulo – SP
Aberto de Terça a Sexta das 16h às 23h.
Sábado, domingo e feriados, das 12h às 18h.
Tel.: (11) 3477-7063 / 3477-7064
No Facebook: Arimbá Restaurante
Pães e frios à italiana
agosto 24, 2014
Ciabuscolo ou ciavuscolo, uma espécie de pasta de salame tradicionalmente italiana, é uma das especialidades da loja de pães e embutidos do Friccò, na Vila Mariana. Aberto há pouco mais de dois anos, o local anexo ao restaurante oferece produtos feitos exatamente como na Itália. As técnicas foram ensinadas por produtores tradicionais das cidades de Norcia e Gubbio, na Úmbria – terra natal do chef Sauro Scarabotta, que comanda o Friccò há 17 anos – e no Marche, província vizinha da Úmbria e da Toscana.
Atrás do balcão de frios, o chef Marcio Kimura explicou em detalhes o que aprendeu com os italianos. A suave mortadela da casa, por exemplo, é feita semanalmente, sem conservantes, e o prosciutto) da casa, segundo ele, “não fica devendo para nenhum [presunto espanhol] Pata Negra”.
Fiquei surpresa também com o lombo de porco (lonza) e sua expressiva capa de gordura. Depois de saborear uma fatia lentamente e sentir o sabor da gordura derretendo na boca, não tive dúvida. Levei meus 100 gramas de lonza cortado bem fininho (R$ 18), 100 gramas ciabúsculo (R$ 10) e um pão italiano tradicional (R$ 10) para celebrar em casa, com um bom tinto. Valeu cada centavo. Perfetto.
Pão quentinho
Se quiser provar um pão italiano ainda quente, a primeira fornada do Friccò sai por volta de 11h. Além do pão tradicional é possível encontrar o semi-integral (R$ 13) e o recheado (R$ 15). As focaccias variam de R$ 13, nos sabores de sal grosso e alecrim e tomate e orégano, a R$ 15, as especiais.
Panini
O cardápio do restaurante inclui sanduíches tradicionais feitos com os frios e pães da casa como panini de porchetta (barriga de porco), de legumes grelhados e de queijos (R$ 18 cada).
Cursos
O restaurante também oferece cursos de massas, pães e embutidos. Veja o calendário: http://www.fricco.com.br/cursos-e-eventos/agenda/
Friccò
Endereço: Cubatão, 831 – Vila Mariana, São Paulo – SP
Telefone: (11) 5084-0480
Horários: Terça e quarta das 12h às 15h. Quinta e sexta das 12h às 15h e das 19h às 23h. Sábado das 12h às 16h30 e das 19h às 23h. Domingo das 12h às 16h30 (Segunda: fechado).
Cartões: débito
Madri no quintal
agosto 11, 2013
Encontrar amigos queridos em um quintal charmoso, provando tapas e vinhos, a tarde toda, é um convite à felicidade.
Passei em frente ao La Madrileña, em Pinheiros, quando fui conhecer o polonês Maria Escaleira, e fiquei curiosa com a bandeira da Espanha no mesmo quarteirão. De cara, a vinoteca e restaurante espanhol bar ficou marcada na memória. Quando descobrimos, no site, que a casa tinha mesas no quintal, não houve dúvida.
A ideia inicial do lugar, aberto por dois brasileiros que viveram anos em Madri, era ter uma importadora e loja de vinhos espanhóis, mas a demora no processo de liberação fez com que os sócios Edson Sarabia e Emerson Mafra abrissem as portas, há um ano e oito meses, servindo comidas típicas – preparadas pela mãe de Edson, Dona Luisa, que é espanhola mesmo. Além das mesinhas na entrada e do quintal, a vinoteca tem um salão no andar superior e abre também para o jantar.
Descendo uma escada e subindo outra fomos levados a um espaço tranquilo e arborizado, nos fundos, que também tem uma parte com cobertura para os dias de garoa. O cardápio, de entradas, tapas e principais está descrito em uma única lousa que a jovem Natália – sobrinha de Edson, nascida no Brasil e criada em Astúrias – leva aos clientes.
Começamos por uma dupla de tostas de presunto (jamón) com ovo de codorna estrelado e surpreendentes tapas de queijo de cabra com cebola caramelizada (não deixe de provar), que saem R$ 36 a porção com quatro tostas. Outra boa pedida da casa são os pintxos (espetinhos) de frango empanado com molho de mostarda e mel (R$ 18). Para embalar o momento, uma jarra de sangria de vinho tinto, leve e refrescante (R$ 36).
As “papas bravas” (R$ 18) são nervosamente apimentadas, como na Espanha. Não espere batatas assadas com molho “magoado”. E se você é bravo com pimentas vai gostar. A tradicional tortilha com cebola (R$ 12) também é uma boa pedida.
Uma curiosidade da casa é a porção de “croquetas de frango com queijo” (R$ 18). “Parece coxinha, mas não é”, disse o garçom, que achou uma boa forma de descrever o quitute. De fato, os bolinhos fritos com massa crocante por fora e macia por dentro recheados de peito de frango e gorgonzola são muito apetitosos e bem inspirados na nossa amada coxinha.
Em um dia de calor, o sauvignon blanc Emina, vinho levemente frutado da região de Rueda, é uma das opções (R$ 55). As taças variam de R$ 15 a R$ 18 e o Emerson dá ótimas dicas.
A sobremesa da casa pode parecer um pecado dos mais graves: tiramissu com calda de frutas vermelhas. O clássico italiano é dos meus doces favoritos da vida e não o mudaria por nada, mas confesso que o crime compensa.
La Madrileña
Rua Cônego Eugênio Leite, 1127 – Pinheiros – São Paulo
(11) 3034-0344