Almoço no Soteropolitano

novembro 22, 2019

Porção de acarajés crocantes e macios do Soteropolitano. Matando a saudade.

Quando um amigo disse “vai nesse restaurante de comida baiana na Lapa. É a melhor moqueca da cidade” bem que desconfiei que poderia ser o Soteropolitano. Pois era o próprio. Que bom!

Depois que deixou a Rua Fidalga, na Vila Madalena, há cerca de sete anos, o restaurante foi reaberto numa esquina super tranquila na Vila Romana. Que alegria reencontrá-lo. Aliás, o pessoal da casa frisou que muita gente tem confundido o Soteropolitano original da Rua Fidalga com o Sotero, que fica na Santa Cecília, mas são histórias diferentes.

Moqueca de peixe e polvo com pirão, arroz e farofinha de dendê.

A porção de acarajé é de lei. São seis bolinhos super crocantes e macios por dentro que você abre e monta como quiser com os ingredientes à parte – vatapá, caruru, camarões secos, vinagrete e a pimentinha da casa. Peça uma cervejinha para refrescar (R$ 12 a Heineken de 600 ml). A porção com seis acarajés sai por R$ 42.

A moqueca da vez foi a de abadejo com polvo (meia moqueca sai por R$ 88 e serve duas pessoas) que chega à mesa borbulhando na panela de barro, acompanhada de arroz branco, pirão e farofa de dendê. Polvo macio, peixe no ponto e o tempero envolvente como sempre. Como é bom matar saudade desse prato.

Receita de sábado feliz é almoçar no Soteropolitano. A conta com uma cerveja 600 ml e um suco saiu R$ por pessoa . Só faltou o café, mas a casa não serve então você pode fazer uma caminhada digestiva de dois quarteirões até o Garimpos do Interior, na Rua Marco Aurélio mesmo, e tomar um café coado na hora. E se for numa quinta-feira, não deixe de passar no Quintal da Aurélia, ali do lado, e comprar um pão artesanal.

Restaurante Soteropolitano
Rua Marco Aurélio, 451 – Vila Romana
Tel.: (11) 3034-4881
Abre às Sextas-feiras das 12h às 15h30 e das 18h às 22h, aos Sábados das 12h às 22h e aos Domingos e feriados das 12h às 18h.

Publicidade

Vietnã sem frescuras

novembro 17, 2019

O salão principal do Bánh Mi Vietnam traz os recados da casa: “sem frescuras”.

Quando você entrar no sobrado sem placa da Rua Dr. Seng, número 44, terá o prazer de conhecer a acolhedora e deliciosa cozinha vietnamita do Bánh Mì Vietnam onde “se faz se come como no Vietnã, sem adaptações”, diz um dos recados na parede da casa adaptada para o restaurante.

Importante reservar aos sábados porque há poucas mesas – contei menos de dez – que lotam rapidamente nos quatro cantinhos da casa. Vale tentar uma mesa no quintal cheio de plantas e almoçar ao ar livre cercado de verde. Eu cheguei cedo e dei sorte. Mesmo sem reservas logo me acomodaram em uma mesinha com sofá.

A entrada oficial da casa é o Goi Cuon, rolinho de ervas aromáticas, cenoura, pepino, macarrão de arroz e carne de porco bem fininha, enroladinhos no finíssimo papel de arroz. A regra é comer com as mãos, sem frescura. “A única frescura que se permite nessa casa é da comida”, diz outro recadinho. Os molhinhos de amendoim e de pimenta dão mais uma graça a essa refrescante entrada que também tem uma versão de carne de porco e camarão e outra de shimeji. (Um por R$ 12 e quatro por R$ 36).

Pho Bo: o tradicional caldo vietnamita que você finaliza do seu jeito.

Seguindo para o principal, vou te contar que há anos tenho vontade de provar o autêntico caldo vietnamita Pho Bo, desde quando assistia o saudoso Anthony Bourdain em uma de suas viagens ao Vietnã. O momento chegou. Pedi uma cervejinha e fiquei esperando meu caldo perfumado com sete especiarias, fatias de carne bovina, broto de feijão e talharim de arroz que chegou fumegante à minha mesinha (a versão vegana é o Bun Chay com tofu e shimeji). A versão pequena, com menos macarrão, sai por R$ 34 e é de bom tamanho. A grande custa R$ 39.

Um dos sócios – são dois argentinos e um franco-vietnamita – me explicou com todo o carinho como provar o Pho: Primeiro você tempera o caldo ao seu gosto com folhas frescas (coentro, hortelã e manjericão) servidas separadamente e espreme um quarto de limão. Se quiser incluir Sriracha para apimentar “vai ficar beeem potente”, disse o anfitrião – fica potente mesmo então recomendo pegar leve. Enfim, posso dizer que essa é daquelas comidas que te abraçam, com muito sabor. Traz paz e felicidade.

Para finalizar, pulei a sobremesa e fui direto ao café da casa, o Cà Phé Sua Dá, perfeito para o momento de serenidade pós Pho Bo. O coador vietnamita vai liberando o café em gotinhas, lentamente, sobre uma boa dose de leite condensado. Aguarde. Depois pessoal traz pedras de gelo e você termina de preparar a bebida perfeita para fechar o almoço.

A conta, com duas long necks, saiu por R$ 72 muito bem pagos. Já quero voltar logo para provar os sandubas e o drink Coc-Tai Dua Ót com pimenta, vodka, coentro, limão e pepino. Que delí!

Bánh Mi Vietnam
Rua Dr. Seng, 44 – Bela Vista
Reservas: (11) 97754-1856
Quartas, quintas e sextas-feiras das 12h às 16h e das 18h às 22h.
Sábados somente com reservas das 13h às 16h e das 19h às 22h.

Insta: https://www.instagram.com/banhmisp/
Face: https://www.facebook.com/BanhMiSP/

Sanduba delícia

setembro 21, 2019

A embalagem do sanduíche já resume a minha primeira impressão da Matilda Lanches: “Lanches Delícia”.

Um sabadinho desses, passando por Pinheiros num fim de tarde, simpatizei com a pequena lanchonete aberta há poucos meses do lado do clássico El Kabong. É a filial da Matilda aberta nos Jardins pela chef Renata Vanzetto (Marakuthai, Ema, Muquifo e MeGusta), que trouxe alguns sandubas sucesso de seus restaurantes e montou um cardápio misturando uma pegada do oriente e alguns clássicos da chapa.

O meu lanche foi o Crazy Crispy Chicken (R$ 24) que leva frango empanado picles de couve-flor, maionese e rúcula no pão brioche. Ótima combinação com o picles e deixou aquele gostinho de quero mais.

Delícia mesmo achei o Matilda Vietnamita (R$ 28) com pernil desfiado, molho oriental, cenoura crua, maionese de shoyu, jalapeño em conserva, picles e folhinhas de coentro na baguete. Se a fome fosse um pouquinho maior eu pediria outro.

Os sandubas não são assim muito grandes então a dica é pedir uma entrada para ficar feliz. Além das fritas, a casa tem porções de frango crocante, quiabo na chapa e o Kung Fu (guioza vegetariano).

Há opções light também como a Super Bowl (R$ 30), uma salada de bifum, hortaliças e um acompanhamento (frango, pernil, shitake ou abobrinha). O cardápio oferece diversas opções veganas, além de hot dog e hambúrgueres para quem quer seguir outro lema da casa: “faça da jaca a sua pantufa”.

Só não dá para enfiar o pé na jaca com a cerveja porque a long neck de Heineken tem preço de balada (R$ 13). Você ainda pode pedir pelo Rappi e brindar com a cervejinha gelada da sua própria casa. Delícia também.

Matilda Lanches
Rua Mateus Grow, 31 – Pinheiros
Rua Bela Cintra, 1541 – Jardins
São Paulo – SP

Veggie chic

setembro 8, 2019

O Teva é o tipo de restaurante que eleva a categoria dos vegetarianos e veganos. Superagradável, com pratos bem elaborados e bons drinks – com e sem álcool – é aquele restaurante para relaxar e esquecer do tempo. Nada contra os buffets e quilos – aliás conheço alguns ótimos, mas acredito que sera legal também ver lugares assim com cara de fim de semana.

Minha irmã me apresentou o restaurante em um sábado para um almoço delicioso. O Teva nasceu no Rio trazendo influências da culinárias asiática e europeia e abriu sua filial paulistana em este ano em Pinheiros. Chegamos antes das 13h e vale chegar cedo porque a casa ficou cheia rapidinho.

Difícil ver drinks alcoólicos em vegetarianos. No Teva você pode escolher uma taça de vinho, um Negroni ou um drink autoral tranquilamente. Mas se a sua pegada for álcool free, recomendo o Fresa, um dos três coquetéis sem álcool da casa (R$ 22), que leva morango, ginger ale, limão e uma deliciosa espuma de gengibre.

A Couve-flor Manchurian, que me deixou curiosa desde que vi a foto no Instagram, é realmente imperdível. Sempre achei que couve-flor nasceu pra ser feita à milanesa, ainda mais com esse molho indo-chinês meio picante a base de shoyu, cebola e pimentão picadinhos (R$ 36). Caso você não morra de amores por essa simpática hortaliça, essa é a chance de mudar de ideia.

Ainda na pegada asiática, recomendo o Pad Thai (R$ 46) um clássico tailandês que leva tofu empanado no lugar das carnes, macarrão de arroz, legumes, broto de feijão, amendoim e molho de tamarindo que traz aquele agridoce característico do prato e ficou fantástico. A carne não fez falta, sinceramente.

Minha pedida foi para o lado italiano e optei pelo reconfortante Ragú de Cogumelos (um mix de Portobello, shitake e hiratake) ao vinho com polenta de painço e parmesão de tremoso (R$ 58). 

As porções, aliás, são generosas, mas não deixei a sobremesa para outra vez. Vale dividir o Crème Brûlée de Maracujá (R$ 28) para encerrar a refeição perfeita e já ficar com vontade de voltar.

O Teva está aberto todos os dias para almoço, das 12h às 16h, e jantar, das 18h à meia-noite.  Somente nos domingos ele fecha um pouquinho mais cedo, às 22h. Durante a semana na hora do almoço a casa também oferece o menu com entrada, prato e sobremesa por um preço fixo mais interessante (R$ 58). E o Pad Thai está entre as opções do menu fixo.

Teva
Rua Cônego Eugenio Leite , 539
Pinheiros – São Paulo
Tel.: (11) 3062-8752

Slow Burger Food

fevereiro 17, 2019

Sorriso, com queijo taleggio e maionese da casa, é uma das opções do cardápio rotativo do chef Max Galise, que segue os princípios Slow Food em seu restaurante no Paraíso

Hambúrguer gourmet e cerveja artesanal é uma combinação que se multiplicou rapidamente pela cidade de São Paulo entre food trucks e estabelecimentos. O Galise Burger, aberto há pouco mais de um ano, no Paraíso, seria mais um só que sua proposta é trazer o hambúrguer – símbolo supremo da cultura fast food – para os princípios do slow food.

A ideia de vender “slow burger food” é de Max Galise, o simpático chef italiano e proprietário, que nasceu no povoado de Saluzzo, a 20 quilômetros de Bra, capital mundial do movimento Slow Food. O legal é que eu, andando pelo Paraíso em uma quinta-feira à noite em busca de um lugarzinho para jantar, não tinha a menor ideia dessa história até entrar para conhecer o restaurante e abrir o cardápio.

“Nada aqui é pré-cozido. Nada é de ontem. Tudo é fresco, preparado na hora, com carinho e amor, ingredientes fundamentais no preparo de uma boa comida”, diz a primeira página do menu, que começa com um trecho do statuto Slow Food. Bom… quase chorei de emoção. Veio aquela memória gostosa da charmosa cidadezinha no Norte da Itália onde provei o “ravioli plin”, uma das melhores massas da vida.

O Galise também é uma saborosa surpresa. Do cardápio rotativo provei o Sorriso (R$ 36), que é garantia de felicidade. O burguer de 160 gramas leva queijo taleggio Serra das Antas, alface, cebola roxa, tomate, maionese da casa e pão brioche da Academia do Pão, padaria artesanal que fica ali pertinho. Dá água na boca só de lembrar do suculento hambúrguer que eu comi comas mãos mesmo. O suco da carne ao ponto vai amolecendo a parte de baixo do brioche então fiz lambança, mas valeu a pena. Eles oferecem talheres para quem preferir ser mais fino, ou slow. Ah! Vale lembrar que o serviço é atencioso e não é lento :-).

Outra boa pedida foi o Luana (R$ 37), uma versão mais potente com queijo cheddar, radicchio, cebola, tomate, bacon e picles de pepino no pão brioche. A porção de fritas é igualmente bem servida então peça meia para 2 ou 3 pessoas. Vale provar a batatinha com a redução de balsâmico que decora lindamente o prato do sanduíche.

Para acompanhar escolhi a Belgian Tripel (R$ 28) da cervejaria Cevada Pura, de Piracicaba, que leva açafrão e pimenta rosa. Ótima pedida entre diversos rótulos interessantes que, assim como o cardápio, te convidam a voltar sempre ao Galise per mangiare molto bene.

Galise Burger
Rua Carlos Steinen, 270 – Paraíso, São Paulo – SP
Tel.: (11) 2372-0735

%d blogueiros gostam disto: